"Corporação Musical Fábrica de Papel" foi criada a partir da idéia de oferecer diversão aos populares da cidade, em 1920.
Com poucas opções para diversão dos po-pulares de Caieiras, ainda como distrito de Franco da Rocha, a cidade foi motivada com a possível formação de uma banda de música, em 1920. Os moradores e a direção da Fábrica de Papel resolveram colocar em prática a idéia. A empresa apoiava o desenvolvimento do projeto.
Sem ter alguém com conhecimentos musicais, o tenente da Força Pública, polícia anterior à Militar, Leôncio de Barros, foi contratado para atuar como maestro e ensinar os interessados que ingressavam na banda, na época ainda sem nome.
Durante três meses de ensaio dentro da fábrica, o grupo aprendeu a tocar um dobrado e os próprios músicos adquiriram uniformes e instrumentos. Com o gesto, nascia a primeira banda musical da cidade sob o nome de "Corporação Musical Fábrica de Papel".
O desempenho rendeu uma sede em uma pequena casa, doada pela companhia. Estava localizada na rua do barbeiro, ponto de referência na época. A área também passou a ser local de encontro aos sábados e domingos, onde eram realizados os famosos bailes da fábrica.
O atual maestro da orquestra, Luiz Carlos Crema, 32, e o percussionista Ricardo Reis, o "Peroba", 35, mantêm viva a memória com materiais variados. Conhecedores de muitas histórias contadas pelos fundadores, Crema e "Peroba" relatam que os músicos chegavam a ser dispensados do trabalho para o ensaio, que, às vezes, ocorriam em meio ao funcionamento das máquinas. Se tocassem no domingo, só iriam trabalhar na segunda-feira depois do meio-dia.
Mudança
Enquanto a banda estava com uma formação forte garantindo diversão aos associados, um clube de futebol foi formado, mas a falta de verba para a manutenção do time e do campo de treinamento, que era distante da cidade, impedia o progresso.
A solução para salvar a equipe foi unir o futebol com a banda musical. A Companhia Melhoramentos de São Paulo cedeu um terreno e material de construção para os músicos, associados e jogadores construírem um salão que recebeu o nome de Clube Recreativo Melhoramentos. Além da boa música e do futebol, o espaço também oferecia passeio de trem, piquenique, escoteirismo e teatro.
A banda passou a se chamar "Corporação Musical do Clube Recreativo Melhoramentos" e manteve as atividades durante 14 anos, quando foi desfeita em 1934.
A formação da primeira banda da cidade
Maestro: Leôncio de Barros
Clarinetes: Renato Guidolim, Antonio Martini e Benedito Sales
Bombardino: Bentivólio Guidolim
Trombones: João Valbusa, Carlos Barnabé e Alberto Câminada
Pistons: Pompilio Gava, André Zuglian e Guerino Luizato
Baixo: Américo Zanon.
Sax Gênis: Pedro Ulman, Hernane Cavalete e Luiz Gabrielli
Bombo: Ângelo Zanon
Pratos: Leão Meneghini
Caixa: Constantino Toigo