Em Caieiras, entre outras vilas do Bairro da Fábrica da Indústria Melhoramentos de Papel que foram demolidas, a Vila da Curva também teve as suas histórias. Talvez o nome “Curva” tenha sido dado àquela vila por causa dos trilhos da maquininha (trenzinho) que, naquele local formava uma grande ou uma longa curva. Quando a maquininha Fábrica de Papel-Caieiras ou Caieiras-Fábrica de Papel por lá passava transportando passageiros, ela, a maquininha, com as rodas de aço da pequena locomotiva e as dos vagões de passageiros, com o atrito delas sobre os trilhos em curva provocavam um alto ruído estridente. Aqueles que moravam mais próximos aos trilhos assistiam pela janela de suas casas o trenzinho a passar. Como se fora um entretenimento, também tinham a curiosidade de ver se nos vagões estavam embarcados alguns conhecidos, pois, os vagões eram abertos pelas laterais facilitando assim a visão do interior deles.
Naquele local aqui citado morou o casal italiano Vicente e Jovina Olympio com os seus filhos Vitório, Alberto, Guilherme, Ernesto, Antônio, Maria. Anita e Yolanda. Há uma história “fascinante” acontecida com aquele pai, Vicente e com o seu filho, o Alberto ainda criança. O pai, então, disse ao seu filho: Enquanto o Vitório tiver dois ternos bons, você só terá um já bem surrado. Desejou outras comparações entre o Alberto e o Vitório, sempre com vantagens para o segundo e desvantagens para o primeiro. Mas, por que um pai rogou praga para um de seus filhos?
Tudo aconteceu por causa de um chapéu que serviu de ingresso para sensações adultas. Por volta do ano 1915 o pai e o seu menino Alberto foram pra Cidade de São Paulo. Na volta dos dois para casa a mãe interrogou o filho para saber se lá na cidade grande aconteceu alguma coisa que ele deveria contar pra ela. O menino lhe disse que de diferente aconteceu que ele e o pai quando estiveram andando pela calçada de uma rua, numa das casas de lá tinha uma mulher na janela. Ela tirou o chapéu da cabeça do pai e o levou para dentro do lugar de onde ela estava. O pai e eu, então, entramos naquela casa para ir buscar o chapéu. Lá o pai falou um pouco com aquela mulher e depois eles foram falar em outro lugar. Eu fiquei sozinho sentado numa cadeira esperando o pai voltar. Demorou bastante até que os dois voltaram rindo. Aí, com o chapéu, o pai e eu viemos embora de lá. O que o menino ingenuamente contou enfureceu a sua mãe.
Esse foi o motivo do porque o pai rogou praga ao filho, uma criança ainda. O menino na sua inocência por contar a verdade, contou-a pensando que nada de errado havia acontecido. Mas, por que sua mãe se enfezou tanto? O Alberto ainda não tinha nada de esperto como esperto seu pai pensava que era (risos).
Altino Olimpio