Todos que são da região de Caieiras estão convidados a comparecerem no Baile de Reveillon deste ano. Baile este que se inicia no último dia do ano, isto é, no dia trinta e um de dezembro e termina na madrugada do primeiro dia do ano novo, primeiro dia de janeiro. Todos deverão, como antigamente, estarem bem trajados, os homens ou rapazes de terno e gravata e as mulheres ou moças de vestidos longos. Será proibida a entrada de pessoas trajando calças de brim com rasgos nas pernas, moda esta que homenageia o relaxo desta época em que vivemos e que foi aceita pelas propagandas que servem como comprovação de como se domina um povo modificando os seus costumes.
Quem ainda está por aqui neste mundo de sonhos e ilusões poderá se lembrar de como eram aqueles Bailes de Reveillon do Clube Recreativo Melhoramentos do Bairro da Fábrica, do União Recreativo Melhoramentos de São Paulo e do Brasil Futebol Clube do Bairro do Monjolinho. Os jovens de hoje sequer se lembram dos três clubes aqui citados que existiram. Aqueles bailes eram mesmo românticos e emocionantes.
Tinham início lá pelas vinte e uma horas e quando a fábrica de papel, se me lembro, apitava informando que era meia-noite, nos três clubes as luzes do salão de baile se apagavam e ao reacender delas todos os casais que estavam dançando se cumprimentavam, se abraçavam e entre si, se desejavam o “bom princípio ou feliz ano novo”. E do palco os músicos tocavam a música Adeus ano velho e feliz ano novo que era assim mas não sei e ainda é assim (risos). “Adeus ano velho, feliz ano novo, que tudo se realize no ano que vai nascer, muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender”. Os integrantes do baile também cantavam essa música que sempre se repetia em todos os fins de ano nos Bailes de Reveillon.
Acontecia também que, às vezes, depois da meia-noite havia um “Grito do Carnaval”, quer dizer, a folia continuava mais contagiante com as músicas carnavalescas antigas e também com algumas novas que já eram tocadas nas rádios. Lembrado: Quanto riso, ó quanta alegria, mais de mil palhaços no salão, Arlequim está chorando pelo amor da colombina, no meio da multidão. Você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não, cachaça vem do alambique e água vem do ribeirão. Cadê Zazá cadê Zazá, saiu dizendo vou ali e já volto já, Mas nâo voltou por que por que será, Cadê Zazá cadê Zazá... Ah, esqueci de dizer aos convidados para o “baile de fim de ano” que, a entrada é gratuita, pois, ele será apenas mental e para quem ainda souber usar a imaginação ou a recordação para aqueles que são daqueles bons tempos “que não voltam mais” (risos).
Altino Olimpio