A ponte de concreto encantada
Ah aquela ponte de concreto semicircular só para pedestres lá do Bairro da Fábrica de Papel de Caieiras. Suas duas extremidades ficam no rés-do-chão e vão subindo até se “encontrarem” no meio dela onde ela fica mais alta sobre o Rio Juquery que passa por baixo dela. Todos daquele bairro antes dele ficar deserto de seus moradores que se mudaram de lá se utilizaram daquela ponte passando por ela para irem até o Clube Recreativo Melhoramentos ou para embarcarem na maquininha (trenzinho) cujo único trajeto era do Bairro da Fábrica até Centro de Caieiras e vice-versa.
Estando no alto do meio daquela ponte e por sobre o rio ficando de frente para as vidraças da alta parede que continha internamente ao lado dela a Máquina de Papel número seis e ao lado desta a Máquina de Papel número cinco. Ainda hoje me lembro do ruído ou barulho que os motores que impulsionavam aquelas máquinas faziam principalmente nas noites envoltas em neblina ou em sereno ou ainda em cerração ou nevoeiro, assim como se dizia antigamente.
Agora, quem viveu naquele lugar e se lembra de muita ou de toda gente que viveu lá, fique uns momentos naquela ponte das lembranças e das saudades para ver os rapazes e as moças que estão voltando do baile que terminou lá no clube. Se quiser me conta quem você viu passando pela ponte e até se emocionou. Ah já sei que vários conhecidos, amigos e amigas que você viu, a neblina ou o nevoeiro do tempo que os levou da ponte impedirá que você tenha visão deles novamente.
Altino Olímpio
A cabana do Máximo Pastro
Naquele dia eu fui para a frente de minha casa e distante dela uns oitenta metros, lá na rua e do lado da horta dos irmãos Ernani e Valentim Cavaleti havia um grupo de garotos. Um deles era o temido Máximo Pastro e assim que ele me viu na frente de minha casa começou a me chamar para eu ir até onde ele e os outros garotos estavam. O Gumercindo da Silva, filho do Sr. Dometílio que também estava junto se afastou um pouco daquele grupo de moleques e sem que eles percebessem me fez sinal com as mãos para que eu não fosse até lá.
O Máximo Pastro estava bravo, nervoso e queria me agredir só porque ele e um outro garoto haviam construído uma cabana no canavial do Sr. Luiz Molinari que ficava perto da minha casa e eu delicadamente a destruí. Talvez aquela cabana tivesse sido construída para sob a sombra dela chupar cana do canavial mais à vontade ou, sei lá se também não era para outras coisas. Eu não obedeci ao chamado, não fui até onde estavam aqueles moleques querendo viver as emoções de me verem apanhar do Máximo. Nos dias seguintes, amedrontado fiz de tudo para evitar me encontrar com ele. Mas, tive a sorte de não o encontrar quando precisei ir até ao armazém para a minha mãe. E assim termino mais um episódio da minha vida (risos).
Altino Olímpio