Vez ou outra, o Dr. Estanguelão solicita algumas histórias do passado de nossa região.
Prefere histórias verídicas que sirvam de exemplo ou que tenham utilidade para esta atualidade.
Sendo assim, atentos a essa “grande” responsabilidade, aqui vamos nós:
Quando garoto, sempre que pelas ruas encontrava-me com o Sr. Antonio Molinari, brincando sempre ele me chamava de Banana Cucita. Também eu sempre repetia-lhe o mesmo apelido.
Numa ocasião, estando eu naquela pracinha da portaria 1 da Industria Melhoramentos de Caieiras, aproximei-me junto ao único grupo de pessoas que lá estava.
Eram eles, o Sr. Antonio Molinari, o Sr, João Satrapa e dois outros que a memória não registrou.
Entre si e indiferentes pela minha presença. Conversavam como se não me vissem.
Acerquei-me deles e então comecei:
“Banana Cucita? Banana Cucita? BANANA CUCITA!” Que nada, nenhuma reação naquela surdez conveniente de adultos tão responsáveis. “Banana Cucita? Lá - ra - lá - ra - lalá...”
Não adiantava querer chamar as atenções deles para mim.
Também pudera! O Sr. Antonio Molinari estava ao lado de um “superior” seu, o poderoso chefão do escritório, o Sr. João Satrapa.
Pois é! O Molinari deu uma de João sem braço pra cima de mim.
“Talvez” por causa disso, perdi o carinho de cucita.
Outras vezes encontrei-me com o Molinari, mas, nunca mais me chamou-me de Banana Cucita. Fiquei sem saber porque.
E agora que tanto tempo passou, pensando no passado, lembrei-me de como cucita me faz falta.
É muito triste não é?