Ainda bem que a memória às vezes nos regressa aos tempos que foram felizes. Lembrei-me de um rapaz que morava na Rua dos Coqueiros em Caieiras. Aos domingos eu o via no Clube Recreativo Melhoramentos do Bairro da Fábrica, Ele comparecia ao clube naqueles tempos de quando famílias compareciam para assistirem aos jogos de futebol. De fato o clube e o futebol eram atrações gratificantes para quem lá comparecia. Às vezes até baile havia no chamado caramanchão do clube mesmo enquanto o futebol ainda estava ocorrendo lá no campo verde gramado. Pelo futebol e pelo baile muitas pessoas do local compareciam para terem um bom entretenimento e uma agradável.
Aquele rapaz citado acima, ele vinha para o clube para vender amendoim. E ele tinha um saco grande que continha muito amendoim. Só lá pelo fim da tarde o saco dele ficava quase vazio devido a ter vendido quase todo o conteúdo dele, do saco. O saco dele era grande, mas, quando voltava para casa no fim da tarde, o saco dele já estava murcho por conter o pouco do amendoim que havia sobrado. Ele tinha um apelido que não gostava e se zangava quando alguém o chamava de “pato” que era o seu apelido.
Não só ele, mas, alguns outros também eram chamados de pato, embora, não diante de suas presenças. Nunca soube se esse termo (pato) foi inventado pelos moços ou pelas moças daquela época. Pato significava o fato da timidez de qualquer rapaz, que, ia namorar e “não fazia nada com a namorada”. Se isso se sabia era porque as moças confidenciavam para as outras como eram seus namorados na intimidade, na privacidade.
Quem mais era chamado de pato eram aqueles rapazes muito educados, respeitadores que consideravam as suas namoradas como se elas estivessem num pedestal de pureza. E não era bem assim que elas queriam ser consideradas ou tratadas (risos). Quanto ao amendoinzeiro desta história não faz muito tempo que ele morreu morador que era do Bairro de Perus.
Aqui nesta região, antigamente falava-se muito em pato: “Eu é que não vou pagar o pato por causa disso. Você é quem vai pagar o pato por ter feito o que fez” e etc. Tinha diferença em quem pagava o pato e em quem bancava o pato (risos). Felizmente nesta época não existem patos. Como se sabe as mulheres de agora “não dão moleza”. Patos para elas só interessam aqueles recheados e assados para o almoço.
Altino Olimpio