O Hospital Regional de Caieiras, o maior hospital privado da região, e que atende cerca de 25 mil pacientes ao mês, atravessa a maior crise de sua história, e poderá inclusive fechar suas portas, se persistir o impasse gerado entre o Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social e a rede privada de Hospitais conveniados. Segundo um de seus diretores, o Dr. Danilo Bernardinello a situação, que até agora é de equilíbrio, tende a agravar-se pelo atendimento aos previdenciados: “Estamos trabalhando no limite dos custos – revela Danilo – e, o dinheiro liberado pelo INAMPS mal dá para, muitas vezes, cobrir os custos dos materiais empregados”.
A rede privada de Hospitais encaminhou recentemente um documento ao ministro da Previdência Social, intitulado “Os Hospitais na UTI”, em que deixa cristalina a situação de toda a rede privada. Segundo o documento, “a situação de alguns hospitais é tão grave, que mais de cem deles, situados na região metropolitana de São Paulo estão dispostos a irem as últimas conseqüências, como a denúncia do contrato com o INAMPS”, voltando a atender apenas aos pacientes privados, tentando assim repor parte de seus débitos, uma vez que hoje, esses hospitais “financiam a Previdência Social”.
Os Hospitais ainda reclamam do rompimento, unilateral por parte da Previdência, do protocolo de intenções assinada em dezembro passado: os atuais Cr$48 mil que os hospitais recebem por dia/internação – e que serão pagos apenas em fins de março, são inteiramente insuficientes, segundo o documento que avalia em Cr$254 mil o custo real de uma diária apenas para alimentação, e ainda “para uma dieta pobre em calorias”, e acusam o governo de manobrar para estatizar o setor, como fez recentemente com o Hospital São Marcos.
“Infelizmente, o INAMPS não está pagando nem o material utilizado, além de proceder o reembolso com três meses de atraso. Se o INAMPS deixar de pagar apenas um mês, o Hospital fecha”. Com essas palavras, Danilo pretende sensibilizar o governo e a opinião pública para a situação do Hospital, pois, segundo ele, quem tem mesmo a perder com um fechamento do Hospital, ou dos hospitais conveniados é a própria população.
Desde sua fundação, 13 mil crianças já nasceram naquele Hospital, um dado interessante, aduzindo, é que o INAMPS paga, pela sua tabela, Cr$303 mil por cada parto, enquanto na rede particular, esse preço chega, freqüentemente a 4 ou 4,5 milhões.
Danilo afirmou que na última reunião com os dirigentes do INAMPS diversos acordos foram firmados, mas que poucos vem sendo cumpridos pelo governo. E, mostrando seu descontentamento, o diretor reclama: “Não existe diálogo com o INAMPS”.