Na semana que passou o Hospital Regional de Caieiras comemorou seu 15º aniversário. Uma década e meia desde que 11 médicos recém saídos das universidades para o mercado de trabalho identificaram a região situada entre São Paulo e Jundiaí como uma área carente em recursos de atendimento à saúde, e pretenderam ali, instalar um hospital.
De lá pra cá, a custa de muito trabalho e dedicação que os fizeram investir constantemente na ampliação das instalações e aprimoramento do atendimento prestado, o hospital tem se tornado ponto de convergência de todo o atendimento médico da região.
“Foram anos de muito trabalho, com muitas dificuldades no início”, revela Odair, médico cirurgião e um dos oito diretores atuais do Hospital. Segundo ele, no entanto, valeu a pena: “Nós sempre tivemos confiança no projeto de trazer para perto desta população os recursos necessários a um bom serviço de saúde”.
Hoje, o hospital atende cerca de 20 mil pessoas por mês, e em sua maternidade nascem em média cerca de dez crianças por dia.
A composição desses 20 mil pacientes mensais é bastante heterogênea, mas com uma esmagadora maioria de conveniados com o INAMPS, cerca de 17 mil. Dentre os demais, três centenas são oriundos do IAMSPE - Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público do Estado, cerca de 1.600 de convênios globais (MD. NICOLAUS, MELHORAMENTOS e outras empresas da região), outros 2.500 vem de convênios externos (Interclínicas, Intermédica São Camilo, entre outros), e o número de pacientes particulares, segundo Odair, é quase insignificante. De todos esses pacientes atendidos, entre 1.100 e 1.200 ficam internados a cada mês.
Para atender a toda essa demanda, o Hospital Regional de Caieiras conta com instalações de 6.000 metros quadrados, pronto-socorro e ambulatórios, além de uma UTI - Unidade de Terapia Intensiva - das mais modernas, com capacidade para 15 internações simultâneas, e do centro cirúrgico igualmente moderno, com 5 salas (2 de parto, 2 de cesariana e 2 gerais). Com cerca de 50 médicos - uma equipe médica de muito respeito, segundo Odair - o hospital atende diversas especialidades como clínica médica e cirúrgica, pediatria e obstetrícia, urologia, cardiologia, ortopedia e traumatologia, otorrinolaringologia, e mantém uma anestesista de plantão 24 horas por dia. Sua capacidade total de internação é de mais de 100 leitos.
"Nosso hospital é bastante moderno, e apresenta um dos mais baixos índices de infecção hospitalar", garante Odair arrematando que em toda a história do hospital, nunca foi recusado atendimento a qualquer paciente, e que embora se procure oferecer algum diferencial entre os pacientes encaminhados pelo convênio, a todos se destina um padrão de bom nível de qualidade.
INAMPS, bom relacionamento
Embora tempo atrás o hospital de Caieiras tenha ocupado as manchetes dos jornais da região no que diz respeito ao relacionamento com o INAMPS, Odair garante que não tem qualquer problema com esse Instituto de previdência. Segundo ele, já foram feitas diversas auditorias no hospital sem que fosse constatada qualquer irregularidade: "Pelo contrário - afirma - os resultados dessas auditorias sempre nos foram favoráveis".
Odair explica que a princípio, poder-se-ia estranhar o número de atendimentos que um hospital numa cidade de pequena população como Caieiras fazia. "Mas, quando lhes mostramos que para cá convergem pacientes da região que vai desde Francisco Morato até a Parada de Taipas (o hospital mantém diversos ambulatórios em toda a região) tudo ficou esclarecido". Para Odair, o grande problema no relacionamento com o INAMPS é o atraso com que os pagamentos são feitos - 2 meses - o que, numa conjuntura de inflação alta, traz prejuízos nem sempre suportáveis. No mais, acredita que a burocracia tem dificultado esse relacionamento, mas com a unificação das administrações do INAMPS e da Secretaria de Estado da Saúde, a situação deve melhorar, já que a administração do Instituto estará mais perto da ponta da linha.
Ligação histórica
Além de já se ter constituído numa estrutura imprescindível para a região, pelos serviços que presta, o Hospital Regional de Caieiras tem com a região um outro grande elo, se vista a questão do ponto de vista histórico. É que o prédio onde funciona foi erguido sobre a casa outrora ocupada pelo advogado e jornalista Armando Pinto, homem que tem o nome indissoluvelmente ligado à emancipação de Franco da Rocha e Caieiras.
A proposta de construir um hospital municipal em Caieiras nasceu durante a gestão do prefeito Padre José. Em 1971, já o prédio estava pronto, mas o então prefeito Nelson Manzanares, acreditando que a municipalização não tinha estrutura nem tradição para instalá-lo e mantê-lo, realizou uma concorrência pública entre grupos particulares interessados em explorá-lo, em regime de comodato (10 anos). Foi aí que o grupo de médicos de Jundiaí entrou na história vencendo a concorrência.