“A situação da prefeitura de Caieiras é muito difícil. Sua folha de pagamento está muito alta, e se faz necessário acabar com aqueles funcionários que nada fazem ganhando muito”.
Com essa justificativa, o vereador Aparecido Correia de Campos (PDS) apresentou um projeto extinguindo alguns cargos criados ao tempo do ex-prefeito Gino Dártora. Segundo Aparecido, esses cargos “de cunho inteiramente político” e dos quais a prefeitura “pode perfeitamente prescindir”.
O projeto ainda não foi votado, e se encontra em uma das Comissões da Câmara. No entanto, mesmo o presidente da Câmara. Névio A. Dártora revela sua impressão de que o projeto será aprovado. E diz mais: "O vereador Nelson Manzanares - conta Névio - deverá apresentar uma emenda propondo a extinção de todos os cargos que foram preenchidos naquele concurso promovido pelo ex-prefeito Gino".
Os cargos que seriam extintos por esse projeto seriam os de Assessores de Gabinete, hoje ocupados por dois genros do ex-prefeito Gino Dártora, Rubens e Edney; diretor de engenharia, Rudmar; Chefe de Divisão de engenharia; Chefe de Divisão de Pessoal, Waldemar Parizotto; Supervisor de Merenda Escolar, Márcia Dártora, filha do ex-prefeito; Chefe de Divisão de Cadastro; Chefe de Divisão de Fiscalização, Benedito Casaqui; e Assessor de Relações Públicas.
Contra as barreiras legais, os acordos políticos podem funcionar.
Segundo Névio, o presidente da Câmara, o projeto do vereador Aparecido, como está, é inconstitucional.
Se o projeto for aprovado, o prefeito poderá vetá-lo, alegando inconstitucionalidade. Dessa maneira, mesmo que a Câmara lograsse derrubar o veto do prefeito, na justiça o executivo fatalmente teria ganho de causa.
No entanto, há já algum tempo que diversos setores da sociedade caieirense vêm se manifestando pela anulação do concurso em questão, ou, ao menos por medidas que possam ser eficazes para sanear as contas da prefeitura, como a dispensa de altos funcionários.
Um comentário que se ouve com insistência nos corredores da Câmara e prefeitura caieirenses é de que o prefeito Lansac não teria nenhum interesse em se indispor com setores de seu próprio partido, propondo a dispensa desses altos funcionários. No entanto, as mesmas fontes asseguram que, em partindo da Câmara a iniciativa, o prefeito não seria de todo avesso a idéia de lavar as mãos diante dela, deixando que o projeto passasse.
De tudo isso, uma coisa é certa: a partir de 1º de novembro, quando subirá a folha de pagamento da prefeitura, medidas desse caráter deverão ser tomadas.