Já não restam dúvidas: o buraco deixado pelo ex-presidente da Câmara Municipal de Caieiras para pagamento no presente exercício chega mesmo a mais de NCz$25 mil, ou Cz$25 milhões, se descritos na moeda em que os débitos foram contraídos.
Pelo menos é o que deixam claro dois documentos datados de 13 de janeiro deste ano, e assinado pelo assistente contábil do Legislativo Caieirense, Pedro Luiz Della Betta. O primeiro deles, no item intitulado Despesas de 1988 a serem pagas em janeiro/89, o total apontado é de Cz$6.664.641,00.
Um segundo documento, anexo a este e contendo mesma datação a assinatura demonstra contudo, que as despesas de exercícios anteriores somaram Cz$27.100.881,11. Ora, se somarmos as duas cifras, tendo o cuidado de abatermos uma despesa que se repete (Dívida com IPESP de Cz$4.412.000,00), chegaremos ao fatídico número de Cz$29.353.522,11.
Estas portanto, são as cifras reais do buraco deixado nas finanças da Câmara Municipal pelo ex-presidente Névio Dártora, sem que possam ser questionadas, afinal, estes dois documentos foram preparados justamente a pedido do atual presidente, Aparecido C. Campos.
Descompasso
É verdade que um outro documento, este formulado para ser apresentado ao Tribunal de Contas, a Relação de Restos A Pagar inscritos em 1988 somam apenas NCz$5.405,07. A assinatura aposta aos três documentos é a mesma, mas os números divergem claramente.
Mesmo assim, com todas as explicações que se possa obter do Legislativo Caieirense um fato permanece: as despesas apontadas como de 1988 podem somar Cz$5 mil ou Cz$6 mil mas, no computo geral as despesas nos exercícios anteriores chegam em torno de Cz$29 mil.
Discriminando
Mas, se pretendemos ouvir explicações, seja do atual ou do antigo presidente da Câmara Caieirense, há ainda o que acrescentar.
E que entre as despesas descritas como efetuadas em 1988 estão os seguintes itens.
Wisky (sic)……………… Cz$134.400,00
Gelo.................................. Cz$18.600,00
Coroa de flor................... Cz$20.000,00
Névio Dártora.................. Cz$440.140,00
O último item refere-se a “diferença de verba de representação”, e os anteriores a pagamento de fornecedores, sendo que um deles é funcionário da própria Câmara Municipal.
Medida judicial
Os números todos foram agora apresentados. As explicações ficam por conta da Câmara, que é quem tem todos os documentos e pode comprovar todas as informações. A notícias que Névio pretende pedir judicialmente a este jornal essas explicações, e nos parece que estaria batendo em portas erradas.
Se alguém pode – e deve – explicar alguma coisa, este é o próprio Névio, ex-presidente da Câmara e responsável pelas despesas deixadas descobertas para este exercício.
E, uma vez aberta a temporada de explicações, Névio poderia tentar convencer-nos da moralidade de ser funcionário público e receber um salário de NCz$423,00, sem prestar serviços, sem assinar ponto, durante os últimos anos, sob olhares complacentes dos ex-prefeitos Gino Dártora e Nelson Fiore.