Este boxe atualiza as projeções centrais do Banco Central para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2017. As projeções foram revisadas tendo em vista os últimos dados divulgados para o primeiro trimestre, os indicadores coincidentes já conhecidos para o segundo trimestre do ano e o conjunto de informações disponíveis até a data de corte deste Relatório
Projeção para o PIB de 2017 A projeção para o PIB em 2017 permaneceu a mesma da apresentada na edição anterior do Relatório de Inflação – crescimento de 0,5% –, com mudanças nos componentes do indicador. Essa manutenção do percentual refletiu, por um lado, resultados favoráveis de indicadores de atividade relativos aos primeiros cinco meses do ano que, se mantidos ao longo do ano, levariam a uma revisão de alta na projeção do PIB anual.
Por outro lado, a elevação do ambiente de incertezas que, se mantidas em nível elevado por período prolongado, podem produzir efeitos negativos sobre a atividade, e recomendam manter a projeção anterior. Em linha com o bom desempenho do setor primário no primeiro trimestre, a projeção de crescimento para a agricultura foi revisada para cima (9,6% ante 6,4% no Relatório de Inflação de março).
Dentre as safras que devem contribuir para o crescimento da agropecuária, merecem destaque milho, soja e arroz, que devem registrar aumentos anuais respectivos de 52,3%, 18,5% e 14,7%, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do IBGE. Destaque-se que, conforme o boxe Impacto da Atividade Agrícola na Atividade, a maior parte da contribuição positiva do setor para a atividade econômica em 2017 concentra-se no primeiro trimestre do ano.
A projeção para a expansão da indústria foi revista de -0,1% para 0,3%, que, caso confirmada, corresponderá ao primeiro resultado positivo para o setor desde 2013. A revisão refletiu, principalmente, a 32 Relatório de Inflação Banco Central do Brasil Junho 2017 melhora no resultado esperado para as indústrias extrativa (4,0%, ante 0,5% em março) e da constru- ção civil (-2,1%, ante -2,7% em março). A indústria de transformação e a distribuição de eletricidade, gás e água também devem contribuir positivamente, com crescimentos de 0,6% e 2,3%, na ordem.
Estima-se recuo de 0,1% para o setor terciário em 2017, ante variação de 0,1% no relatório anterior. Nesse cenário, o produto de setores mais ligados à indústria, como transportes, serviços de informação e outros serviços, deve registrar expansão, contrastando com os recuos projetados para os segmentos comércio e intermediação financeira, seguros, previdência e serviços relativos. No âmbito dos componentes domésticos da demanda agregada, a projeção para o consumo das famílias foi revisada de crescimento de 0,5% para estabilidade.
A piora está associada, principalmente, ao dinamismo do mercado de trabalho e à evolução do crédito ao longo do primeiro semestre deste ano. O consumo do governo deve recuar 0,6%, ante projeção de aumento de 0,2% em março, refletindo o ajuste fiscal em curso. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) deverá apresentar retração de 0,6%, ante recuo de 0,3% no relatório anterior, refletindo, em especial, as perspectivas de menor absorção de bens de capital.
As exportações e as importações de bens e serviços devem variar 3,3% e 3,8% em 2017, ante estimativas anteriores de 2,4% e 3,5%, respectivamente. A evolução das exportações reflete o desempenho positivo da safra agrícola. Nesse cenário, a contribuição do setor externo para a evolução do PIB em 2017 deverá ser nula e da demanda interna está projetada em 0,5 p.p., tendo como fonte a variação anual de estoques.