Informações: Beatriz Olivon, Exame e Bianca Pinto Lima e Luiz Guilherme Gerbelli, de O Estado de S. Paulo
Taxa de juro real do país está abaixo de 2% após a redução de 0,5 ponto percentual na Selic. Com isso o Brasil passa para o 5º lugar entre os maiores pagadores de juros reais do mundo, segundo levantamento do estrategista-sênior da corretora do Banco Cruzeiro do Sul, Jason Vieira.
Segundo informações da pesquisa, esse posicionamento no ranking ocorreu em função de alguns movimentos consecutivos, como a redução paulatina de juros, a elevação das medidas locais de inflação e a menor medida inflacionária em diversos países do mundo, resultado da demanda agregada menos pressionada.
“Com a continuidade do processo de cortes de juros e a pressão de alimentos nos índices de preços, a tendência do Brasil é se afastar cada vez mais das primeiras posições como país mais atraente aos investimentos em renda fixa no mundo, o que tende a se intensificar com as medidas e taxações do governo ao capital estrangeiro”, afirma relatório da Cruzeiro do Sul Corretora. O país conseguiu sair do primeiro lugar do ranking em abril, quando a Rússia passou a ter o maior juro real.
Tabela dos países com as maiores taxas reais de juros:
O governo Dilma adotou uma política monetária que favorece a diminuição da taxa de juros e um controle não tão rígido da inflação que tende a ficar na meta, mas não é o foco da política tendo em vista que no momento atual, o aumento da atividade econômica e em consequência o aumento do PIB é o objetivo atual da política adotada pelo governo.
Fonte: Exame.Design: Juliana Pimenta
Os impactos dessa queda de juros:
Segundo informações do Estado de São Paulo, com a Selic em 7,5% ao ano, apenas os fundos com taxa de administração igual ou inferior a 0,5% superam o rendimento da poupança no curto prazo. Já os fundos com tempo de aplicação mais longo, entre seis meses e dois anos, ainda são vantajosos com taxas de até 1%. E apenas os fundos com resgate acima de dois anos valem a pena com custo de administração de 1,5%.
“A partir de agora, a nova poupança terá rendimento anual de 5,25% e mensal de 0,427%. Já um fundo com prazo de aplicação de até 180 dias e taxa de 0,5% renderá 0,44% por mês. No entanto, se o custo de administração subir para 1%, o rendimento já cai para 0,42% - inferior, portanto, à caderneta, segundo simulação realizada pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).”
De acordo com o vice-presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, os bancos serão obrigados a reduzir ainda mais a taxa de administração e o valor mínimo da aplicação para não perder clientes.
“No caso dos fundos, o tempo de aplicação influencia diretamente na rentabilidade, uma vez que a tributação é definida de acordo com o prazo. As alíquotas de Imposto de Renda variam entre 22,5% e 15%, sendo que a última vale para investimentos a partir de dois anos.”
Considerando que o tempo de aplicação influencia na tributação, é necessário observar o impacto do tributo para comprar os fundos com a caderneta pois muitas vezes a rentabilidade anunciada pelos fundos não leva em consideração a tributação e isso tende a exibir um número maior que a rentabilidade real.
E a caderneta antiga, por outro lado, vem se tornando um investimento cada vez mais atraente neste cenário de juros em queda. Isso porque, quem realizou depósitos até 3 de maio deste ano, ainda terá um rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Dessa forma, o rendimento anual continua garantido em 6,17%.
Comparando as duas poupanças:
Confiram o link para calcular os rendimentos da nova poupança:
http://economia.estadao.com.br/especiais/calcule-os-rendimentos-da-nova-poupanca,168433.htm