Há movimentos eloqüentes de insatisfação com o andamento e administração da Economia brasileira e das conseqüências dos seus descompassos. O manifesto dos 25 CORECONs juntamente com o COFECON e seus Conselheiros (pág. 5) é um deles, e na imprensa há outros de diversas ordens e origens divulgados diariamente, tanto nos editoriais como na opinião de entrevistados de peso e importância.
Mas, parece que estas manifestações não encontram eco, a não ser algumas respostas politicamente corretas, às vezes, e outras iradas e raivosas, quando não ressentidas, com governos passados a quem invariavelmente é remetida a conta, e governantes que passam temporadas em Paris, e não em São Bernardo.
Propostas não faltam, se as autoridades quiserem ouvir. Dezenas delas foram oferecidas, por exemplo, no Seminário “Como a Economia Brasileira Pode Crescer?”, realizado pelo Corecon-SP, já no mês de abril deste ano. Só para lembrar, relacionamos abaixo algumas que o empresário Boris Tabacof sugeriu. Está na hora de agir e não mais de discursar. Vejamos o que disse Tabacof:
“Temos que transformar o crescimento num verdadeiro valor nacional e incorporar isso como Missão. A opção real é criarmos Políticas Macro e Micro Econômicas que não transitem apenas entre juros altos, inflação e câmbio.
Se investir é perigoso, consumir é inflacionário, qual é a esperança que podemos ter que o Brasil vai voltar a crescer? Temos que ter meta de crescimento, não só metas de câmbio e de inflação.
É preciso achar alternativa também para outro falso dilema, o do calote ou esquema rígido com a dívida externa. Respeitados os contratos, deve-se buscar por uma flexibilização negociada.
A indústria apóia as reformas da previdência, tributária e relações de trabalho, mas não estas que estão aí, que só mudam alguns nomes e praticamente mais nada.
É preciso baixar juros não só da taxa de longo prazo, mas também os da produção e consumo, e reduzir o spread bancário, onde o Banco do Brasil, Caixa, Banco da Amazônia deveriam iniciar isso, abrindo concorrência.
Cooperativas e micro-créditos estão na pauta também, assim como financiamentos à exportação seguros de créditos e a utilização dos fundos de pensão e Fundo de Garantia . A criação de instrumentos de crédito fora do sistema bancário, no mercado secundário de debêntures, e securitização de recebíveis.
Os Economistas do Brasil estão convocados para apresentar novos modelos para se quebrar o que eu chamei de Pensamento Único. Precisamos de uma Política Industrial. O que proponho é uma parceria do Setor Privado, mas sem dependência de um em relação ao outro”.
A imprensa retrata diariamente em suas manchetes as conseqüências imediatas e estruturais da crise e do custo Brasil
Época Online, com informações de GloboNews.com
Taxa de desemprego em São Paulo é de 20,6%, recorde histórico
A taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo apresentou crescimento no mês de abril, ficando em 20,6%, contra 19,7% no mês anterior. É a quarta alta consecutiva e um índice recorde desde que a mediação, realizada pelo Dieese e pela Fundação Seade, começou a ser feita, em 1985. A estimativa é de que 1,941 milhão de pessoas estavam desempregadas.
Folha de S. Paulo 26/05/2003 – 09h04
Bancos aumentam lucros enquanto indústrias operam no vermelho
O Estado de S. Paulo Sexta-feira, 30 de maio de 2003
PIB caiu 0,1% no 1º trimestre, revela IBGE
O consumo das famílias no primeiro trimestre de 2003 foi 2,3% menor do que em igual período de 2002. O investimento, na mesma comparação, caiu 1,6%. Quando se toma o PIB pela ótica da demanda, fica claro que o pouco de crescimento que a economia vem tendo desde 2001 é em grande parte sustentado pelo setor externo.
EXAME – Maiores e Melhores
Lucros das 500 maiores empresas do Brasil caíram de US$ 9,762 bilhões em 2001 para US$ 1,68 bilhão em 2002 – e os ativos diminuíram 2% no período.
São Paulo, 10 de junho (Portal EXAME) – As 500 maiores empresas brasileiras faturaram juntas US$ 345,8 bilhões no ano de 2002, resultado 1,1% superior ao obtido no ano anterior. Os reflexos de uma economia estagnada e de um clima de insegurança quanto ao futuro político do país também atingiram os lucros dessas companhias – que caíram de US$ 9,762 bilhões em 2001 para US$ 1,68 bilhão em 2002 – e os ativos, que diminuíram 2% no período.
As dívidas das empresas cresceram 5,8% contra 8,6% no ano anterior. Este é o segundo ano consecutivo, em que esse grupo de empresas enfrenta conjuntura econômica pouco favorável. Esse patamar de lucro das empresas é o menor desde 1999, quando as empresas registraram uma performance negativa de US$ -2,730 bilhões.
Folha On line
DINHEIRO CURTO
Vendas a prazo mais longo no Natal resultam, cinco meses depois, em 3,27 milhões de cheques devolvidos.
Cheques sem fundos têm recorde em maio
O número de cheques devolvidos por falta de fundos em maio foi o maior desde 1991, quando a Serasa começou a fazer esse cálculo. Em todo país, foram, 3,27 milhões de cheques devolvidos no mês passado – ou 17,6 a cada 1.000 compensados, também um recorde.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, a alta foi de 18,1% de acordo com a pesquisa. O índice de maio superou até mesmo o registrado em março –16,7 cheques sem fundos a cada 1.000 compensados, mês em que tradicionalmente ocorre o pico de inadimplência do início do ano.
Na comparação com abril deste ano, a alta foi de 8,6%. No acumulado do ano, houve aumento de 7,5% em relação aos primeiros cinco meses do ano.
CARGA TRIBUTÁRIA / PIB
1994: 28,61%
1995: 28,92%
1996: 27,29%
1997: 27,47%
1998: 29,33%
1999: 31,64%
2000: 33,28%
2001: 35,48%
2002: 36,45%
2003: 38,52%
FOME ZERO, INVESTIMENTO ZERO, CRESCIMENTO ZERO. SERÁ ESTE O ESTILO? A ESPERANÇA ESTÁ DANDO LUGAR AO MEDO.