21/03/2009MarolinhaA marolinha...
Demorou mas chegou, a marolinha tão esperada mostrou a cara. Debates aos milhões sobre a crise que deveria ter ficado lá com os norte americanos, não ficou e os economistas ficaram roucos de avisar, mas os políticos mais uma vez fizeram ouvidos de mercador e o resultado aí está: desemprego, queda na arrecadação, etc. As medidas tomadas pelo autor da marolinha tem se mostrado insuficientes como não poderia deixar de ser. Uma delas merece mais um comentário, na contramão da opinião dos doutos “doubles” de economistas, os comentaristas de televisão.
Quando o Banco Central reduziu o depósito compulsório dos bancos imitando alguns países, mais uma vez jogou o jogo das grandes instituições bancárias, na teoria haveria o aumento imediato do crédito, haveria se a União não fosse a maior tomadora de recursos do País, simplesmente a massa monetária liberada seguiu o bom senso capitalista, foi direto para os títulos federais com remuneração pela Selic e sem nenhum risco.
Sabem os economistas que nem tudo que é bom para um País funciona em outro, economia é uma ciência complexa , incentivar o consumo sem contra medidas no gasto público deixaria Keynes de cabelo em pé.
O Ministro da Fazenda sabe muito bem disso e provavelmente está perdendo os últimos fios de cabelo, tal a sabedoria única, inconteste do Pres. do Bco. Central, enquanto isso os nossos bancos vão apresentando lucros suculentos, estarão errados?. pelo menos em tese continuam sólidos e confiáveis.
Entretanto, no mundo de hoje as torres de babel aparecem e desabam em instantes. A marolinha chegou no Pais do faz de conta, agora é esperar para ver, qualquer previsão é no mínimo especulação, exceto uma: o governo vai continuar gastando normalmente como se nada estivesse acontecendo e os juros, bom os juros reais vão continuar nas alturas para controlar um possível aumento da inflação, daqui seis meses teremos autoridades dizendo que a estagflação não podia ser prevista, afinal nosso País está no planeta Marte e a capital em Venus. O mundo para e o gigante deitado em berço esplendido continua, só.
Edson Navarro/economista