Não sei se a sociedade tem se dado conta da inversão de valores que tem

motivado nossos jovens, e não raro, até a nós mesmos. A eclosão de exemplos

por todo planalto central, nos estados, e em todas as esferas de governo, de
autoridades e empresários que enriquecem instantaneamente, sem conseguir
justificar suas posses, acabam por suscitar dúvida quanto a que caminho
seguir. A postura honesta, normalmente adornada por muito trabalho e pouco
dinheiro, ou a via das facilidades, da malsinada "Lei da vantagem",
normalmente coroada de maior êxito material, adepta do imediatismo. O
importante é a vantagem pessoal. E realmente, preferir um caminho de
dificuldades e obstáculos muitas vezes íngremes, principalmente quando a
fome e a necessidade são conselheiras presentes, não é missão fácil. Mas não
se duvide, é o caminho a ser seguido sem o qual veremos exemplos lamentáveis
se repetirem indefinidamente. Muito se fala em reforma legal, desse ou
daquele código, reforma tributária, reforma política. Antes de qualquer
outra, a reforma moral é inadiável. Não foi o direito quem pereceu. É a
perspectiva dos aplicadores do direito que precisa ser repensada. Não foi a
política acometida por vírus deletério da corrosiva corrupção. É o intimo de
nossos representantes que se encontra manchado pelo lodo do orgulho e da
vaidade. É o ter ao invés do ser. Mudar é preciso. Inafastável. É longa a
jornada, mas não tenha dúvida, ela começa com o  primeiro passo.