Certamente temos nos surpreendido ao assistir os telejornais, verificando mais e mais notícias de crimes nos quais policiais são os autores. Crimes gravíssimos, que retratam uma realidade vivida por países da Europa, no alvorecer do século passado com o surgimento da criminalidade organizada e das sociedades criminosas, como a máfia italiana, a yakusa japonesa, a nandragheta russa, a camorra toscana, enfim... Foram, e ainda são, associações organizadas, em que homens de estado, funcionários públicos, líderes sindicais e até mesmo entidades religiosas se encontram comprometidas com os fins espúrios.
Aqui, pelas nossas terras brasileiras, vimos os nossos “gangsters” tupiniquins aprontar das suas, em lamentável episódio no estado do Rio de Janeiro, assassinando uma juíza federal que vinha combatendo as milícias fluminenses. Qual não foi nossa surpresa, quando soubemos que as capsulas recolhidas pelo local pertenciam a um arsenal da ... polícia militar daquele estado! É necessário, entretanto, que saibamos diferenciar os bons policiais, cuja moral e dignidade em nada se veem diminuídas, de indivíduos que há muito já ultrapassaram a linha da marginalidade, sendo, antes de tudo, um delinquente uniformizado. Em todos os segmentos profissionais nos deparamos com tal realidade. Mais uma vez... antes de reformarmos o estado, temos de reformar o ser humano, se não quisermos nos ver fadados a infeliz luta inglória.