Amigos especiais
O tema do ano da campanha da Semana Nacional da Inclusão, promovida pela
Federação Nacional das Apaes, a Fenapae, foi “o excepcional rompe a cultura
da indiferença”. A indiferença do preconceito, a indiferença da ignorância,
do orgulho, da mediocridade. Quantos de nós ainda não tivemos a oportunidade
de conviver com esses irmãozinhos literalmente especiais, preciosos, e
ignoramos a diferença do brilho de um olhar, vez por outra até aparentemente
perdido nos corredores do insondável. Quando não, somos incapazes de
perceber a felicidade sincera oculta em olhinhos mais cerrados, ou o carinho
de um sorriso inocente. São lições impagáveis, aproveitáveis àqueles
dispostos a experimentar uma nova dimensão do amor, sentimento excelso da
renovação íntima, da fraternidade entre os homens, da caridade, essa senhora
de ares simples, porém de alvura indescritível, mãe de todas as virtudes. A
diferença, embora incompreensível à nossa miséria intelectual, muitas vezes
não é óbice à independência pessoal, à inteligência, a uma vida produtiva.
Basta elevarmos nossos olhos além da própria sombra, e compreendamos que,
talvez, fosse boa ideia, quem sabe senão a única, seguir um velho conselho
de um certo amigo carpinteiro...