Na noite de 18/05, um aluno de Ciências Atuariais da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo – USP – foi morto no estacionamento do campus que frequentava, por volta das 21h30min, em circunstâncias que num primeiro instante sugerem, pelo registro policial no Distrito Policial da área, o 91º DP, uma tentativa de roubo, provavelmente de seu veículo, um VW/Passat, que ali se encontrava estacionado. O fato, lamentável, se classifica para fins de direito, a princípio como latrocínio, pela morte da vítima, com penas previstas de 20 a 30 anos de reclusão, e se classifica como crime hediondo. Ao lado das questões técnicas, e principalmente dos sentimentos dos familiares e amigos, evidentemente potencializados pela surpresa e pela violência do fato, surge a revolta, que inclusive promoveu uma manifestação dos estudantes na Cidade Universitária na manhã de ontem. Nossa cidade também derrubou lágrimas pelo estudante e por sua família e amigos, por sua humanidade, mas também por que o corpo do estudante aqui foi inumado, e novamente sentimos de perto o desespero de alguém chora diante de um filho que parte prematuramente.
Política criminal é fundamental para a manutenção da paz social, do sentimento de segurança e de presença do Estado. Mais do que a severidade das penas – vinte anos de reclusão estão muito longe de serem considerados pequenas férias indesejadas – é importantíssimo que o estado brasileiro consiga se aparelhar tornando inafastável a certeza da punibilidade, ou seja, a certeza de que se o indivíduo cometer um crime ele será responsabilizado por sua conduta, dentro dos limites trazidos pela lei, evidentemente. Mas essa certeza, esse sentimento não pode se afastar. Jamais. Quanto vale, meus amigos, o futuro?