23/04/2012
A essência dos serviços essenciais 2.

O embate percebido entre as forças federais de segurança e as polícias civil e militar baianas tem chamado a atenção, e feito pensar. Policiais travestidos de marginais, que outrora combatiam com o risco da própria vida, enfrentando os governos estadual e federal, afrontando a ordem pública. Aliás, maldito seja o nordeste de Canudos, da Conjuração, dos Suaçunas, da inconfidência, dos alfaiates. Como conceber uma polícia que afronte o próprio estado?! Ademais, explique-se o porquê do estado do Ceará ter passado pela mesma circunstância e recebendo cerca de trezentos homens de forças federais, e o estado baiano ter percebido o aporte de dez vezes o mesmo contingente. Alguns justificariam: é raça de valentes, cuja coragem e rudeza exaltadas pelo combate diário, que desfaleceram ao péssimos conselhos da fome e da necessidade. Do choro de um filho desejoso de determinado brinquedo que seus humildes soldos não permitem acalentar. De fidelíssima esposa que não vai perceber o mimo de um vestido novo no esperado aniversário. Realmente, como ousam enfrentar o estado, por tão ínfimas razões?! Nada justifica, a bem da verdade, a corrosão do estado democrático direito, de parte à parte. Se constitucionalmente temos direito à segurança pública, temos da mesma maneira, senão antes, direito à dignidade. Pensando bem, bendito seja o nordeste de canudos, das conjurações...


Fábio Cenachi

Leia outras matérias desta seção
 » Lições de amor - semana do excepcional
 » Essa Professora chamada Vida
 » Democracia envergonhada
 » Era uma vez...
 » Preparando o amanhã
 » Seguindo o ritmo da vida
 » Uma pausa para reflexão
 » Internet, um universo desconhecido
 » Pai...desculpa
 » Ontem Roma, hoje....
 » Lista de Compras
 » No anonimato do bem
 » Contrabando ou contra-senso?
 » Renovação interior
 » Cachoeira de improbidades
 » Amigos especiais
 » Vendilhões de si
 » Vagas para todos
 » Espŕitos Armados
 » Voltando pra casa .....

Voltar