Não há como qualquer pessoa, por mais simples que seja, se tornar indiferente ao clamor de atenção que nosso planeta fez freqüentar nossos meios de comunicação, e que atingiu nossos irmãos japoneses no último final de semana. Não há como ignorar as claras transformações pelas quais o planeta terra vem passando, causadas em grande parte por nossa responsabilidade, ou melhor irresponsabilidade. O terremoto que atingiu o arquipélago japonês somente foi superado em sua magnitude – sua força – por um outro evento, que atingiu o Perú, na década de 70, em toda a história da sismologia – a ciência que estuda os terremotos. E pelas condições geográficas daquele pais, que tem a maior parte de seu território composto de ilhas, ocorreu ainda um maremoto violentíssimo com ondas de mais de 10m que varreram a costa japonesa. Umas série de outros terremotos menores, que sucedem o abalo principal continuam a sacudir o oriente, já habituado à intempéries dessa natureza. Nunca antes com tanta intensidade. Nunca antes tão sucessivas e destruidoras. Não há como dissociar a catástrofe dos filmes hollywodianos que exploram o tema.
Agravando ainda mais a catástrofe, como os recursos hídricos japoneses são limitados, quando se cogita de matriz energética numa das primeiras economias do mundo, as usinas nucleares até então têm sido preferidas. Nesse desastre de dimensões épicas, a escolha tem se mostrado arriscada, mesmo quando feita em países de tecnologia de engenharia expoentes, e com umas das defesas civis mais eficazes do mundo. Com a sucessão abalos, as usinas nucleares interromperam seus funcionamentos, mas em face desse panorama inédito, os recursos necessários – geradores a diesel - à manutenção dessas plantas falharam e permitiram o superaquecimento dos reatores, causando explosões e vazamento de material radioativo que começa a por em mais risco a população do pais do sol nascente. O evento somente se  percebe superado, até o momento, pela explosão de Chernobyl, no ano de 1986. A propósito ainda hoje, 25 anos depois, há uma área interdita à EXISTÊNCIA na cidade russa, de 400 km, cuja liberação ainda não é prevista !
Muito tem se discutido a respeito da matiz energética brasileira, havendo planos para robustecimento do programa nuclear brasileiro, pretendendo-se que sejam instaladas 50 usinas termonucleares até o ano de 2055. Tudo bem que nós não sejamos tão susceptíveis assim a desastres naturais dessa ordem, em face da estrutura geológica e geográfica do território brasileiro, não por providência de nossas autoridades, bastando voltarmos duas folhas de nossos calendários para lembrarmos das tragédias que acometeram a região sudeste em face de chuvas, REPETIDAMENTE PRESENTES  anualmente nos meses de Janeiro, como oportunissimamente lembrou o jornalista André Trigueiro em comentário à questão, veiculado pela emissora de rádio CBN. Nosso amanhã, é decorrência de nossos projetos do presente. O que faremos dele, ainda podemos decidir.