Há cento e poucos anos na América do norte
Cento e trinta moças de caráter forte
Qual heroínas que relevam a própria sorte
Viram no desejo de justiça a sombra da morte
Sobre todas alçando impiedoso corte
Eram tecelãs esmeradas de vidas modestas
Moças dividas entre o trabalho, honestas
Casa, família, mães, esposas filhas e netas
Esposas, companheiras, amigas caras diletas
Encontraram nos idos dias épocas funestas
Na luta pelo reconhecimento e igualdade
Viram remuneração de horror e maldade
Nos desígnios tirania e imposta potestade
Senhoras de caráter, coragem e beldade
Viram penoso martírio sem caridade
No salário de um terço, na jornada extenuante
No trato desumano, pernicioso e relutante
Na fala agressiva debochada e infamante
Veio o reino da torpeza lancinante
Cantado e criticado pelo poeta Dante
O patrão malvado, violento criminoso
Ao levante justo e pretensioso
Pôs fim lamentável e tenebroso
Trancando as coitadas em pátio odioso
Ateou fogo sicário tormentoso
No futuro viria o reconhecimento
Aos elevados espíritos o alento
Certamente felizes no firmamento
Da igualdade e a justiça o advento
Do martírio o justo reconhecimento
Parabéns senhoras dos lares
Trabalhadoras de todos labores
Companheiras familiares
Abraços de doces sabores
Eternos sejam vossos caminhares