24/04/2012
O novo código florestal .

Muito temos ouvido nos últimos dias a respeito da edição de um novo Código Florestal, que pelo enfoque que lhe vem sendo dado, provavelmente resolveria todos os problemas pertinentes ao meio ambiente e ao desmatamento, que de fato tem constituído uma questão seríssima na atualidade, não só pela degradação da vegetação, mas principalmente pelos reflexos na emissão de carbono na atmosfera e agravamento do efeito estufa e aquecimento global.
A questão transcende a matéria. Observamos no País uma prática lastimável, que implica em verdadeiro desespero para os profissionais do direito que trabalham com seriedade e se preocupam com sua verdadeira função, que é a manutenção da paz social. Talvez por questões não tão elevadas, os parlamentares brasileiros, salvo honrosas exceções, ressalte-se, tem o hábito de legislar por evidência, ou seja, produzem leis por absoluto reflexo de mídia, em função de um fato expoente, que normalmente cause clamor público, e lhes serve de palanque gratuito por meses a fio. Há uma expressão que traduz essa prática com absoluta propriedade. Trata-se de verdadeira “fúria legiferante”. Em nenhum outro país do mundo se vislumbra uma produção legislativa com a intensidade observada em nosso Brasil. Basta que verifiquemos a quantidade de emendas constitucionais promulgadas desde outubro de 1.988.  É verdadeiro absurdo constatarmos que o diploma maior do Estado brasileiro possua, pasmem, SESSENTA E SETE alterações. Praticamente desnatura-se o documento original. Dá-se vigência a documentos inaplicáveis por sua inconsistência ou por extremo rigor, no mais das vezes, superficial. O que o administrador não perder de vista é que a certeza da aplicação de uma lei, ainda que mais branda, é muito mais eficaz do que a possibilidade de se furtar à aplicação de uma legislação rigorosíssima, quando mais quando constituída por um emaranhado de atos normativos que na verdade são desconhecidos até pelos próprios aplicadores do direito.
O meio ambiente tem apresentado argumentos muito severos do que a mais rigorosa lei produzida pelos homens. É necessário que abramos nossos olhos. Ou é necessário que vejamos ainda mais irmãos perecendo em desastres naturais? Nossa consciência é nossa maior lei. Sabemos quando estamos errados. Basta que saibamos ouvir essa voz. Hoje. Agora. Sempre.


Fábio Cenachi

Leia outras matérias desta seção
 » Lições de amor - semana do excepcional
 » Essa Professora chamada Vida
 » Democracia envergonhada
 » Era uma vez...
 » Preparando o amanhã
 » Seguindo o ritmo da vida
 » Uma pausa para reflexão
 » Internet, um universo desconhecido
 » Pai...desculpa
 » Ontem Roma, hoje....
 » Lista de Compras
 » No anonimato do bem
 » Contrabando ou contra-senso?
 » Renovação interior
 » Cachoeira de improbidades
 » Amigos especiais
 » Vendilhões de si
 » Vagas para todos
 » Espŕitos Armados
 » Voltando pra casa .....
 » Salário do coração !!!!!!!!!!
 » Profissão : AMOR ...........
 » O futuro sob a luz de Belém .
 » Cinco anos de lei seca .......
 » Forças de insegurança ...
 » Esperando o progresso ....
 » Doação de órgãos.
 » Censura do estado , ou estado de censura ?
 » Voltando à rotina.
 » Repensando o futuro .
 » Por que não ir até a montanha ?
 » Lágrimas da juventude.
 » Ficção e realidade.
 » Meu grito, sua paz, nossa segurança.
 » Desenvolvimento e política .
 » A vida vence II .
 » Torcidas organizadas ....
 » Palavra de ordem .
 » Os picadeiros do mundo .
 » Moço, você pode vir aqui ?
 » Josés .
 » Férias do barulho .
 » E o balão vai subindo ... é São João !!!
 » Desarmamento , é solução ?
 » A vida vence, sempre.
 » Semana do excepcional.
 » Quanto , ou o quê , custa o futuro ?
 » O seguro DPVAT.
 » Maria da Penha .
 » (IN)funcionalismo público .
 » Felicidade por decreto
 » Entre um café e outro .
 » Crime ético ou ética criminosa ?
 » Arma de fogo ...
 » Lei seca ... meio úmida ???
 » Quando a esmola é demais ...
 » O novo código florestal .
 » Mares da irresponsabilidade.
 » Eu só queria entender ....
 » Entre o mel e o fel , elas são divinas.
 » Colchões.
 » A essência dos serviços essenciais 2.

Voltar