24/01/2017
Veneração ao Bom Jesus de Pirapora

Pirapora em  tupi e significa "pulo do peixe", através da junção dos termos pirá ("peixe") e pora ("pulo")O nome é uma referência ao fato de, no período da desova dos peixes, eles saltarem sobre a água para vencer as corredeiras do rio e, desse modo, poderem alcançar a cabeceira dos rios, que são locais mais propícios à desova.

Em 1725, a imagem de madeira do Senhor Bom Jesus, santo padroeiro da cidade, foi encontrada numa corredeira, apoiada numa pedra do Rio Tietê.
Fica a 58 km da cidade de São Paulo, (dados da internet)
O que levava a “pernada”  de mais de uma centena de quilômetros entre ida e vinda do Bom Jesus de Pirapora desses senhores e jovens? Doença em família, em si, dos filhos, netos (havia nessa época dificuldade para o melhor apuro da dor, contudo não se pode descurar da  lembrança e gratidão da Rua dos Coqueiros, onde o inestimável farmacêutico Víctor Teixeira amainava de certa forma o estado de saúde). Podia ser o motivo no casamento - um desacerto com a parentela, emprego, eminente dificuldade financeira. Enfim rogar ao santo de sua devoção o auxílio dos céus para a eliminação de suas dificuldades.

Ou quiçá testando seus limites de corpo pela jornada imposta, cuja amizade de todos originavam com o vínculo empregatício da Cia Melhoramentos  de São Paulo. Eram vizinhos e também conviviam em horas de lazer.

A Cia Melhoramentos permitia que o empregado fizesse uso da moradia, assim era possível até a criação de aves e animais de pequeno porte em algumas casas em quintais maiores.
Com a necessária matula, provida  de sanduiches e líquidos necessários iniciavam a caminhada. Se observa a figura do senhor Joaquim (na foto), este era o líder religioso e assim o respeitavam e o seguiam, mas nada diminuía os contos e visões de alguns que este escriba já ouvira:
“Se dizia por exemplo: as possíveis assombrações com relances de luminosidade, logo após a passagem do local denominado Mato Grosso em direção ao Corte Grande aproximando-se do Bonsucesso. O animal utilizado refugava  e seus pelos eriçavam. Comentava-se também perto de Santana do Parnaíba tinha o morro com sete voltas e era possíveis vultos irreconhecíveis por lá aparecerem”.

Se verdade ou ficção os comentários permitiam diminuir a fadiga e a mentalização dos quilômetros que tinham pela frente.
Chegando ao destino, depois de um rápido descanso e relaxamento, era o momento da missa, das preces, orações, acesas as velas na expectativa da almejada rogativa. Restava somente a compra algum mimo como terços, imagens, chaveiros para um amigo ou parente.
Os católicos mais aquinhoados quando compravam um veículo, e não sendo  possível ir à Aparecida do Norte fortaleciam sua fé em Pirapora do Bom Jesus para o bento das chaves dos veículos adquiridos, imaginando a divina proteção às suas vidas.

Para o grupo em questão sobrava a volta ao lar, com a sensação do atendimento de seus pleitos, ciente que as contrariedades advindas seriam eliminadas. Afinal sempre se comentavam que a fé remove montanhas, tornando a pessoa melhor, mais compassiva.
O momento vivido entre dias e muitas horas deve ter fortalecido ainda mais a amizade que os uniam com o correspondente apreço, respeito e admiração dos mais jovens.

Machado de Assis escreveu:   
Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
ANÍZIO MENUCHI

Na foto da esquerda para a direita: Ventura, Dinho , Laerte, Joaquim, Celestino, Chiquinho, Daniel, saúva,Arcileno Carlos e Richeto.

Obs.  A foto referente a esta matéria está publicada na coluna Fotos - antigas - pág. 11

http://www.caieiraspress.com.br/fotos/index.php?id=2



Leia outras matérias desta seção
 » A Nação quer mais
 » Irmãos Weiszflog e sua administração
 » Estaríamos cada vez mais indo para o buraco?
 » Maradona e o trabalho da Imprensa
 » As eleições vem aí
 » Castigo físico na fala de Ministro
 » Professora Rotralth Friese Nunes (dna.Tico)
 » URMSP – Um passado de gloria
 » Um farmacêutico devotado
 » Weiszflog a dívida irresgatável
 » Bonsucesso do meu nascedouro
 » A represa de minha juventude
 » Linha Férrea Bom Sucesso
 » Menuchi: imigrantes Italianos
 » Candidatos à Diretoria da URMSP
 » Um caieirense antigo
 » Meu Pai, minha referência para vida
 » Brancos e Negros
 » Conjunto Acapulco você já dançou com êles ?
 » Nos tempos do URMSP (Clube União)
 » A casa no Bonsucesso
 » Embrionária competição à Miss São Paulo
 » Momentos marcantes de nossa juventude
 » Momento de Cátedra no Walter Weiszflog
 » Veneração ao Bom Jesus de Pirapora
 » Não perguntem o que a América fará por vocês...
 » Ida a Aparecida sobre um caminhão
 » Como vai você caieirense? tempos outros!
 » Viagem de bicicleta a Pirapora
 » Quem vai por o guizo no pescoço do gato?
 » O preço de uma martelada
 » Porque a conta de luz é alta
 » Padaria Caieiras
 » A Edilidade em Caieiras em 1968
 » Minha infância no salão de festas do Brasil F.C.
 » Homenagem a Fausto Menuchi
 » A corda sempre arrebenta para o lado mais fraco
 » Acautelador
 » Delinquência generalizada

Voltar