Em 1962 frequentávamos a Associação Botafoguense em Franco da Rocha. Plínio era o seu incansável diretor. Uma pessoa dedicada ao seu clube que constantemente promovia shows com expressivos bailes noturnos e matinês dançantes animados por conjuntos de renomes.
Encontrávamos Plínio sempre nos trens, pois trabalhávamos na Capital. Nossa amizade foi crescendo e, Plínio lançou a ideia de minha irmã, Guiomar Maria Menuchi, ser candidata a “Miss São Paulo” naquele ano, representando a Associação Botafoguense.
Sabíamos da acirrada concorrência, dezenas de candidatas preparadíssimas em curso de desfile onde não só a beleza é fundamental, medidas corporal, postura, simpatia e desenvoltura sob o implacável olhar dos juízes.
De nosso lado não podíamos prescindir do trabalho era nossa única fonte de renda, sem qualquer preparo técnico para tamanha investidura. Mesmo assim convencida que foi, resolveu aceitar o desafio.
Com um sentimento de satisfação observamos ainda pela televisão em branco e preto sua performance. Lembro que nossos pais vibraram (que antes eram relutantes como a ideia), ficaram orgulhosos pelos comentários de conhecidos, afinal ter alguém com visibilidade em televisão em um local onde vivíamos era algo sui generis.
Minha irmã não ganhou, teve sua colocação entre as 10 classificadas.
Um pouco desilusão? Sim! mas era sabido das dificuldades. Uma nova experiência angariou em sua vida, novas amizades, novos conhecimentos. O importante é o aprendizado em que as pessoas crescem abrindo caminho e semeando raízes, impondo-se metas sem se importar com comentários nem julgamentos.
ANÍZIO MENUCHI
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