Pirapora em tupi e significa "pulo do peixe", através da junção dos termos pirá ("peixe") e pora ("pulo")O nome é uma referência ao fato de, no período da desova dos peixes, eles saltarem sobre a água para vencer as corredeiras do rio e, desse modo, poderem alcançar a cabeceira dos rios, que são locais mais propícios à desova.
Este inesquecível período de vida, tonificada por uma a amizade sólida possuída era comum este percurso de aproximadamente 80 quilômetros de Caieiras. Nesta foto se observa um cidadão que, penitencio-me por não se guardar o seu nome, não tivemos qualquer rejeição ao nos acompanhar - confraternidade era usual, nada parece com os tempos atuais pela impaciência do viver desprezando-se o respeito pelas diferenças sem desfrutar das semelhanças.
Naquela época, existiam diminutos veículos em circulação suas estradas careciam de melhorias, contudo, regularmente transitável ao agradável percurso para cumprimento de uma promessa ou simplesmente um passeio. Diferentemente dos dias de hoje que se noticiam frequentes atropelamentos em ciclistas.
Comum se tornava o cuidado em se acompanhar da matula ou farnel – geralmente pão, ovo, banana. O momento não era favorável para a compra da alimentação, o que não ocorre em dias de hoje com a vinda do self-service e o crescimento do País. A manutenção da “magrela” também era um ponto a ser observado, pois uma eventualidade podia acarretar dificuldades ao retorno do lar. Desta vez tudo ocorreu a contento.
Amigo Valdemar, meu vizinho da Rua Tanque, Bairro Cerâmica, seu capricho em manter os sapatos reluzentes com esmero no uso de tintas e graxas, inspirou-me nessa arte – tanto é verdade que já em tenra idade estacionava em bar que paralelizava à Padaria “João de Abreu”, no Bairro Cresciúma para os ofícios do engraxate em sustento familiar. Interessante como pessoas influenciam mesmo não derivando geneticamente em nossas vidas – até hoje faço questão de tornar meus sapatos sempre bem polidos.
O tempo passou como um bólido. Seria detestável se assim não fosse, é inevitável. Ao subirmos em uma escada o degrau não foi feito para repouso mas que coloquemos outro pé mais alto. Machado de Assis assinalava “O tempo é um rato roedor das coisas, que as diminui ou altera no sentido de lhes dar outro aspecto”.
Esta fase de minha vida depreendeu-me que a felicidade não depende de grandes alegrias, mas de muitos e pequenos momentos felizes que colhemos ao longo da vida, obtida por amizade calcada em respeito às diferenças e compartilhada pelas semelhanças. Sei também que todo indivíduo sente que é livre de escolher entre o bem e o mal. Não podemos deter a força do vento, mas podemos defender-nos contra ele. As pessoas querem a tal felicidade, mas as atitudes revelam o oposto. Para receber é preciso primeiro dar. Para atrair é preciso radiar.
Por derradeiro, Johann Goethe apregoava “A felicidade mais elevada é aquela que corrige os nossos defeitos e equilibra as nossas debilidades”.
Veja foto no link abaixo:
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ANÍZO MENUCHI