NÓS CRIAMOS UMA DELINQUÊNCIA GENERALIZADA NO PAÍS’,
“Entrevista sob o título acima, no Estadão página A8 12 de outubro p.p., Luis Roberto Barros, ministro do Supremo Tribunal Federal , corrupção ultrapassa o que seria imaginável, ele pede a redução do foro privilegiado apenas para os chefes de poder e, talvez, ministros do Supremo”.
No Brasil, entre as autoridades que têm o foro por prerrogativa de função, estão o presidente da República, os ministros (civis e militares), todos os parlamentares, prefeitos, integrantes do Poder Judiciário, do Tribunal de Contas da União (TCU) e todos os membros do Ministério Público.
Atualmente, no país, 22 mil autoridades têm o direito a foro privilegiado, segundo o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa do Ministério Público Federal na Operação Lava Jato.
O foro privilegiado é um desleal propósito em desigualar as pessoas, confronta-se ao princípio da igualdade de todos perante ao artigo 5° da Carta Magna. Os infratores julgados pelo STF lhes é propício. Incontáveis leis, opiniões e idiossincrasias de ministros projetam à sentença para ad aeternum podendo ocorrer à prescrição.
Para aqueles que ensejam um imparcial julgamento, seu desapontamento será maior se o político tiver proximidade ou reputação junto à Corte.
A grande contradição é que nós dependemos de mudanças que têm que vir do Congresso. E espontaneamente elas não virão, porque, compreensivelmente, as pessoas não mudam o sistema que as elegeu.
Nosso Congresso deixa de servir ao povo brasileiro. É apenas uma caixa de compensação de poder político a serviço dos interesses de quem governa, de quem controla a administração pública e dos grupos políticos. Não é de estranhar que, servindo aos rentistas do poder político, inúmeros políticos se tenham transformado em potentados econômicos. Na primeira página do jornal O Estado de São Paulo, de hoje, 15/10/16 em grande manchete “Dezoito ex-ministros de Lula e Dilma são alvo de investigação por desvios”.
Todos nós pagamos pela leviandade de nossos políticos.
Uma campanha séria se faz necessária, uma verdadeira revolução de costumes, uma determinação, talvez de “caras pintadas”, quiçá de uns poucos teimosos, civis ou militares, para darmos um basta à pandemia que tomou conta dos que deveriam administrar com seriedade os poderes que lhes confiamos em eleições.
Corrupção é estigma, é marca infamante, é opróbrio, vergonha que coalha a nação e impede o esplendor da raça, o futuro do país, a geração de talentos, o salto para a perfeita organização político-administrativa e ecológica, e ainda a satisfação de poder gritar a plenos pulmões: sou feliz porque nasci neste abençoado país!
ANÍZIO MENUCHI