28/11/2016
Como vai você caieirense? tempos outros!

Olá, oi, bom dia, boa tarde, boa noite são as formas mais comuns de cumprimento, às quais foi acrescentada com o correr do tempo a expressão como vai você. Ao pronunciarmos esta  frase, demonstramos interesse por quem cumprimentamos. Quanto ao aperto de mãos nessas oportunidades, o costume remonta a tempos imemoriais.

Quem saudava queria mostrar que estava desarmado, pois tinha livres as mãos, e por isso o gesto era de paz.

Antônio Marcos e Roberto Carlos consagraram a expressão em música famosa, gravada também por vários outros cantores: "como vai você /que já modificou a minha vida/ razão de minha paz já esquecida/ não sei se gosto mais de mim ou de você".

O tempo passou, novas gerações outro tipo de educação, condutas que os mais velhos desaprovam, enfim , hoje não estamos muito dispostos a parar e cumprimentar perguntando sobre os familiares de nossos amigos e parentes. A concorrência para “vencer” na vida se compreende que perda de tempo é perda de dinheiro – é ser ultrapassado por alguém concomitante. Há de se considerar também a mescla pela vinda de pessoas dos mais diferentes rincões levando-nos à desconhecê-las.

O modernismo chegou, estamos obcecados “pelo melhor” Não sei exatamente quando começou esta desenfreada ambição. Vizinhos em apartamentos de porta em frente nem se entreolham quando repentinamente se encontram em elevadores. Vizinhos procuram construir casas que não importam os gastos pelo tamanho ou modelo mais requintado,  acompanhadas por carros de possantes cavalos de força.

E quando se quer o melhor seria: o melhor vestuário, o melhor carro, o melhor computador, o melhor tênis, melhor celular acompanhado da melhor operadora, morar em um melhor apartamento. Porque o que nos distingue é estar no top da linha deixando os outros para trás.

A cada comercial que assistimos ficamos de olho no que nos falta, a ambição se torna uma inseparável companheira causando um eterno desassossego. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...)estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários convencem-nos de que merecemos conquistar mais do que temos.

Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, não há o suficiente para a cobiça humana. Mahatma Gandhi

Frederico II, o Grande atribuía: Como somos insensatos, queremos tudo conquistar, como se tivéssemos tempo de tudo possuir. Alexandre o Grande, no limiar de sua morte determinou que o chão fosse coberto pelos seus tesouros para que as pessoas pudessem ver que os bens materiais aqui conquistados aqui permanecem.

O que tudo indica na atual “modernidade” essas concepções não prospera, não pensamos nunca nessa possibilidade, o momento é de extravasar as conquistas amealhadas.         

Errados programas governamentais de distribuição de renda, donde se penaliza o salário e o consumo preterindo o patrimônio, trouxe um segmento de desassistidos, como consequência o aparecimento de uma vertiginosa favela. O eterno desassossego também ocasionou um sobrepeso corporal que, ao colocar o melhor tênis, roupas esportivas para o exercício de emagrecimento chanceladas de grifes, o indispensável celular, se percebe que agora, sim, se levanta a mão porque é ASSALTO.

ANÍZIO MENUCHI

Veja foto no link:  http://www.caieiraspress.com.br/fotos/index.php?id=2
 



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