Pois é, estamos no começo do último mês do ano e obviamente no fim desse fatídico 2021!
De minha parte sempre tive uma certa antipatia por anos ímpares, talvez por isso eu acabe valorizando ainda mais os acontecimentos desagradáveis que vivi nesse.
Foi como um recomeço do quase nada…
Tentar avançar com o carro da vida por uma estrada escura, nevoenta, com os faróis do medo bem acesos, mas apesar disso continuar rodando no breu.
Creio que para a grande maioria dos brasileiros, foi mais ou menos assim…salvo aqueles que bem aposentados ( isso existe no Brasil?) ou com empregos concursados puderam viver apenas o medo do vírus, mas para nós simples mortais e ainda para piorar autônomos, a bucha foi bem mais em baixo…
A coisa ficou tão preta que até aquele velho porquinho das moedas, que eu distribuía para os netos no fim de cada ano, acabou sendo quebrado antes da hora, não para os netos, mas para eu mesma, e olha que ele ajudou bastante. Fica a dica. Só moedas de 1,00 valem a pena. Hoje em dia ele está magrinho coitado.
Mas nós brasileiros somos feitos de energia e fé e assim seguimos em frente, apesar dos pesares e olha que só nesse ano perdi vários processos que visavam melhorar minha vida de aposentada mal remunerada que sou! Constatei que as promessas de governo, prefeitura e tudo mais que é público para aqueles direitos adquiridos pela idade, aposentadoria etc, não passam de pura “ balela”.
E ainda para completar, aquela pessoa que colocamos dentro de casa para ajudar nos trabalhos pesados, a tal faxineira, me coloca na “justiça” e claro apesar das mentiras, ela ganha a causa, encerrando ( espero) meu ano com num grande “ toma no fiofó” bem tomado.
Pelo amor de Deus, quando essa merda de ano acaba?
Tenho vontade de me esconder num lugar bem longe e só voltar quando ele terminar.
Mas tivemos também vitórias, afinal estamos vivos, porque triste mesmo é quando vemos muitas famílias que perderam seus entes queridos.
Por aqui, chegamos a bater na trave, mas me mandaram de volta, afinal eu ainda tinha que perder todos aqueles processos …
Eu ainda trabalho e graças a Deus gosto muito do que faço e sei que sou querida pelas clientes, o que ajuda muito seguir em frente. Escuto os desabafos de muitos que sentiram na pele o peso desse ano. Não estamos sozinhos …
Mas o que me machuca mesmo, é a chegada das festas de final desse ano. Mais uma vez, não poderei ver filhos e netos que moram fora. Com vistos vencidos, depois de toda essa loucura de pandemia, está impossível viajar para lá e nem eles para cá… claro que tenho filhos por aqui, pois minha prole é grande, mas quando a mesa não está completa uma mãe sente. A paz que ainda existe é saber que todos estão bem, e a esperança de que continue assim.
Os amigos que tenho, estão vivos ainda, apesar de estarem ficando velhinhos, e espero que vivam muito ainda, porque para esse ano, não tenho mais emocional nem roupa preta para um velório.
Brincadeiras a parte, vim aqui hoje para agradecer a todos que se dispõem a ler minhas crônicas, em especial ao meu querido e idoso “ chefe”, que confia em dar me um espaço no seu jornal para eu escrever minhas baboseiras…
Um feliz natal para todos e sinceramente um próximo ano novo melhor, muito melhor do que esse, que sinceramente me fu…sem dó.
Como diria a minha nona: “ porca lá miséria “!
Selma Esteticista