Outro dia mesmo, ouvi de uma cliente querida: “A borboleta voltou”.
Ela disse isso referindo se ao fato de que sou completamente apaixonada pelas borboletas, mesmo porque para mim, elas são as flores que podem voar...
Mas, eu fiquei refletindo sobre essa frase de minha amiga.
De fato, por mais incrível que possa parecer para mim, eu “voltei”, mas na verdade, quando alcei esse voo para o desconhecido, levava comigo uma estranha sensação de que eu não voava completa... Estava deixando algo para trás, sentia–me presa em alguma coisa, e precisei de muito tempo para compreender que na verdade, eu não voei...
Fui com as asas presas, amarradas, impedidas da liberdade do sobrevoo entre as flores...flores essas que aqui ficaram, eu as deixei quando meu voo foi programado pela vida.
Estive fora, estive longe, mas estive sem alma, porque essa aqui deixei...
Liberta eu parecia estar, mas incapaz de voar, aterrisei num solo desconhecido, onde eu não reconhecia as flores, as minhas flores, porque essas...aqui deixei.
Debati-me muito nesse tempo longe do meu jardim.
Perdi o olfato, o tato, quase perdi a visão, porque toda a minha essência, queria viver a vida perdida, a vida deixada para traz...
E foi assim que um dia quando já não sabia se existia, eis que minhas asas foram libertas, foram soltas da prisão que eu mesma me coloquei e mesmo sem saber direito o rumo, para cá, meio as cegas, eu voltei.
Eu voltei... aqui estava meu jardim... mas ele estava sem flores.
A terra ainda era fértil, mas estava sem flores, sem cores, sem perfume.
Por isso eu voltei para o meu jardim... porque nele, está tudo de mim, minha fé, meu animo, minha força, enfim, nele está a minha vida.
Estou aqui de novo, estou aqui sim, voltei para cuidar de vocês flores do meu jardim...
A borboleta voltou para suas flores, porque sem vocês o voo dela não existe.
Selma, a borboleta, voltou para suas clientes, as flores coloridas do meu Jardim.
Selma Esteticista