27/02/2023
Nostalgia mineira

Estou de volta às montanhas de Minas Gerais. Caminho pelas suas ruas feitas de pedras, admirando as casas no estilo colonial e sentindo de novo aquele aperto no peito tão característico toda vez que aqui estou. Minha memória olfativa me leva para um tempo no passado talvez em uma outra vida que aqui vivi, porque mesmo dormindo, tenho sonhos de repetição, onde ando pelas ruas e ladeiras de Ouro Preto, buscando insistentemente uma casa que sei , foi onde vivi nessa cidade…

Andar nessas ladeiras, envolvida pela neblina característica da manhã, traz  um sentimento de paz e de saudade. Saudade dos amores que essa cidade foi palco e  digo que foram muitos , desde os tempos coloniais, como a história de Marília e Dirceu, cujo amor foi impedido por conta da inconfidência mineira, até outras muito mais recentes por volta dos anos 1972, onde um casal de jovens se amou intensamente e mesmo às vésperas de um casamento tão sonhado, foram separados pela intransigência de outros. Lá naquela ponte onde se encontravam os amantes  do passado, também se encontraram esses jovens… 

Quando passo por aqui, sinto a nostalgia desses amores não vividos… deixo as lágrimas caírem livremente, lavando minha alma e saudando aqueles que aqui estiveram, deixando o amor impregnado nas paredes dessa ponte, chamada Marília e Dirceu. 

De tempos em tempos, eu preciso vir para cá, porque assim me reabasteço, vivenciando as doces lembranças de uma vida que outrora vivi aqui…

Se fecho os meus olhos, eu consigo me ver com lindo vestido , chapéu e luvas porque uma moçoila daquela época, tinha uma vestimenta fina e elegante, usando sempre uma linda sombrinha feita de  renda, para protege- la dos raios de sol, mantendo sempre alva, sua pele de porcelana. 

E assim voltando para a realidade dos dias atuais, sinto a felicidade de poder passar por aqui, rever o passado e reencontrar as pessoas queridas que aqui deixei quanto eu dia eu parti. 

Essa é minha homenagem para vocês que sempre me recebem com os braços abertos toda vez que aqui retorno. Eu sou Santista de coração, mas Mineira de alma. 

 

Selma.



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