E foi decretado : podem tirar o pano da cara. Todos estão livres, agora não precisamos decifrar olhares, sorrisos disfarçados, ironias contidas ou escondidas pelo pedaço de pano, porque essas máscaras não serviram apenas para “ afastar o vírus”, mas também para segurar aquele palavrão dito baixinho, aquela vontade de gargalhar no momento inoportuno.
Elas só não escondiam as lágrimas que vêm muitas vezes sem que consigamos reprimi - lãs… e quantos olhos marejados eu vi por aí… Nesse longo período que assim vivemos, mascarados, eu procurava nos olhos das pessoas o que realmente elas estavam sentindo… quantos sentimentos podemos decifrar num cruzar de olhares…
Minhas caminhadas na praia, tornaram se uma verdadeira pesquisa…mas haviam sorrisos também, aqueles sinceros, que fazem as lindas ruguinhas ao redor dos olhos e eles faziam tão bem!Mas não foram só “ os outros” que usaram esse subterfúgio… eu também nas minhas caminhadas, no meu trabalho, escondi sentimentos de vários tipos…menos as lágrimas que sempre brotam ali no beira mar, onde libero o melhor e pior de mim, porque minha mãe Iemanjá lava minha alma. E foi assim que ontem ao caminhar na praia, tomei um susto: as máscaras caíram!!!Você já tirou a sua?
Selma