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Fevereiro/2001
Ponto Final na questão do lixo em Caieiras

Em uma noite em que tinham para se consagrar mediante a opinião pública municipal, alguns vereadores escolheram o caminho da demagogia e acabaram por comprometer os respectivos mandatos. Terça-feira, a Câmara Municipal de Caieiras se reuniu para votar artigos da Lei Municipal 2676/96.

Resumindo: queriam que a empresa limitasse o raio de operação de sua atividade apenas ao município. Só não tinham conhecimento de que a população organizada estava e continua interessada em tomadas de providências que resolvam a questão do “lixão” de Caieiras (Laranjeiras). Multas pesadíssimas, aplicadas pela Cetesb, estão cuidando de torrar o dinheiro do cidadão pelo simples fato de não se ter um projeto sério para a destinação do nosso lixo. É bom lembrar que cada cidadão produz, em média, um quilo de lixo por dia.

Inexplicavelmente, três vereadores optaram em fazer da Câmara Municipal em um teatro, ignorando o óbvio, desprezando o bom senso e ainda alegaram estarem agindo em pleno acordo com os interesses do povo. Mas que povo é que eles se referem? No final das acaloradas discussões, foram votos vencidos: 10 e 3 para o grupo que está interessado em resolver os problemas da cidade, sem qualquer interesse próprio.

De maneira clara, defendendo claramente os interesses da população.

 

Demagogia e interesses escusos?

 

Foi o que não faltou do início ao final da sessão legislativa. Assim que o projeto entrou em discussão, a inexperiência tomou conta dos vereadores, tanto que nervosos, passaram a desferir ataques pessoais aos companheiros, buscando, com isso, passar a falsa idéia de que estavam fazendo o que o povo queria.

Para ficar mais claro ainda, durante as justificativas de se banir a empresa da cidade, disseram que Caieiras não poderia se transformar na “Cidade do Lixão”, porém, um dos vereadores disse que teria a solução para o lixo: “Eu tenho, tenho sim. Tenho outras duas empresas que estão interessadas em entrar na cidade para concorrer com a empresa.”

Pode uma coisa dessas, leitor? Pode, mas vamos às explicações.

É bom que fique claro que os três vereadores e outras pessoas que esconderam por detrás do povo, tinham grandes interesses em trazer para a cidade companhias que supostamente viessem a lhes oferecer vantagens. Um faz reciclagem de latas de refrigerantes, o outro que também defendia a idéia possui uma conduta discutível na história da cidade, e o terceiro acabou sendo flagrado pela própria inexperiência, juntando-se aos demais e falando uma série de inverdades. Também teria as suas vantagens no futuro. Foi por isso que tentaram, a todo custo, impedir que votássemos com o povo, de forma séria, resolvendo o problema da cidade.

Os cabos eleitorais dos três vereadores, movidos por interesses desconhecidos, cansaram de levantar cartazes, tentando, em vão, desestabilizar os 10 vereadores que em nenhum instante se deixaram levar por pressões infundadas. Ficou claro o interesse de grupos minoritários que tentaram dar um golpe no povo, mas a verdade e a seriedade mais uma vez cuidaram de suplantá-los.

Chega de corrupção e armações interesseiras. A verdade terá de prevalecer. Este é o pensamento dos 10 vereadores.

 

Conheça um pouco sobre o projeto

 

Esse projeto que está se instalando na cidade é pioneiro no mercado, com capacidade para receber a princípio 1.000 toneladas por dia de resíduos domiciliares, iniciará a fase de obras dentro dos próximos dias, devendo entrar em operação ainda este ano. O CTR Caieiras está baseado em um conceito de proteção ambiental, tendo sido projetado com a adoção de um conjunto de sistemas que garantam a segurança do meio ambiente, aliados à melhor tecnologia existente no mundo para o gerenciamento de resíduos.
Ocupa uma área de 350 hectares, no extremo noroeste do município de Caieiras, e na área onde está localizado o empreendimento foi criada uma faixa de preservação ambiental com cerca de 200 metros de largura e 150 hectares. Hoje, ela é composta por vegetação de eucaliptos, que será regenerada e enriquecida com espécies nativas da região, propiciando o retorno e desenvolvimento dos mais diversos representantes da flora e fauna regionais. Essa faixa deverá abrigar ainda, um Centro de Educação Ambiental, onde serão promovidos eventos de conscientização e educação ambiental junto à comunidade regional.
Quando concluído, o CTR Caieiras irá contar com um aterro para disposição de resíduos classe II, um aterro industrial para resíduos classe I e sistemas de estocagem, armazenamento e tratamento de resíduos. Além disso, serão instaladas estações para o tratamento de chorume e gases, bem como unidades de apoio operacional. Com a implantação do CTR, o município de Caieiras irá ganhar com a geração de empregos diretos e indiretos, arrecadação de impostos e repasse de verbas para utilização em obras sociais do município.

 

Acusações infundadas viraram arma

 

As bobagens não pararam por ai. Quando perceberam que a verdade veio à tona, dois vereadores do grupo de três, partiram para acusações infundadas. Iludiram, concluíram e acusaram, sem provas para tal, que quem estava para dar um basta no lixão que afeta a vida de todos o fazia por interesses monetários. Chegaram a dizer, textualmente, que a empresa teria tentado corromper vários pares do plenário. Um absurdo. Numa demonstração típica de que terão de aprender muito pela frente, falou pouco para que “rasgassem” o Regimento Interno da Câmara, já que cansaram de feri-lo por incontáveis oportunidades.
Como o ônus da prova cabe aos acusadores, todos os vereadores que sentiram-se ultrajados em plenário já se manifestaram. Redigiram documentos, protocolaram na secretaria da Casa de Leis e pedirão explicações dos que agiram de forma leviana, falando coisas que não conferem com a verdade.
”Aprenderão a fazer uso da palavra mas que antes raciocinem bem o que irão falar na tribuna,” adverte o presidente da Câmara, vereador Cléber Furlan. São situações com esta que o povo tem de saber.

 

O posicionamento dos 10 vereadores frente aos outros três

 

Analisem, antes de tudo, a reputação desses vereadores que conseguiram se destacar, de forma negativa, durante a sessão ordinária. Os leitores certamente estarão a perguntar: de que lado os vereadores estão, afinal? “Não estamos nem do lado da empresa, muito menos daqueles que adoram usar os menos esclarecidos para angariar vantagens lá na frente. O que queremos, e demos clara demonstração, no plenário da Câmara, é dar um basta nesses interesseiros e especuladores, restabelecer a verdade e procurar honrar a nossa passagem pelo Poder Legislativo como pessoas que querem fazer algo de real por Caieiras”.

Tudo dentro da lei. E continuam esclarecendo: “A partir de agora, reuniremos os 10 vereadores que votaram pelo fim do ‘lixão’ da cidade, e traçaremos metas, critérios que serão submetidos aos empresários e que eles terão de cumprir. Somos credenciados, eleitos para fiscalizar e será esta a nossa tarefa. Definiremos uma maior participação deles para com a caixa municipal, investimentos no setor social, enfim, teremos a obrigação de acompanhar todo o processo, sempre avaliando se os interesses daqueles que votaram em nós será considerado”.

Finalizando, destaca, que “a necessidade de rediscutir a contrapartida é imprescindível. Podemos, devemos e queremos conhecer como serão as polícias deliberativas da empresa para com a cidade. Como serão definidos os postos de emprego, o compartilhamento nas ações sócias e de saúde, no turismo, lazer e educativas, a implantação da coleta seletiva são conquistas que acontecerão naturalmente. Isso graças à ação e interesse dos 10 vereadores que votaram pelo fim do lixão de Caieiras”.


Jornal Cidades

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