Em audiência pública, os cidadãos caieirenses, têm a faca e o queijo para...
De acordo com a Lei 2676/96, o município de Caieiras tem à disposição, uma área destinada a serviços de saneamento ambiental e da indústria do setor primário. Isto significa na prática, nada mais, nada menos que, autorização para instalação de uma “indústria de lixo” que terá sistemas de tratamento, reciclagem, lixos domésticos, hospitalares e industriais de qualquer origem, garantindo ainda o benefício a outros municípios.
Ao que tudo indica, uma grande empresa, Companhia Auxiliar de Viação e Obras (CAVO), adquiriu muitos e muitos mil metros quadrados, nas proximidades dos bairros: Jardim dos Eucaliptos e Jardim Marcelino, com a intenção de viabilizar o que essa Lei permite.
Pelo que se sabe, a CAVO, estará fazendo no próximo dia 9 de fevereiro, terça-feira às 19h00 no Centro Cultural Izaura Neves, uma audiência pública, ou seja, uma reunião com a participação ativa da população, para esclarecer aos cidadãos presentes quaisquer dúvidas a respeito do trabalho que será desenvolvido.
Nessa audiência, a manifestação da população é fundamental e inadiável, pois, se a maioria dos que estiverem presentes descordarem das propostas feitas pela empresa, o município se livra de uma situação que fatalmente acarretará algum desconforto para a cidade dos pinheirais.
Por outro lado sem qualquer questionamento à idoneidade da empresa que já investiu muito para bancar a tecnologia de ponta que ela garante possuir (segundo informações de prefeitos e vereadores, que estiveram em Curitiba, matriz da CAVO), os representantes da Companhia estarão, com certeza, preparados para dar todas as respostas que possam vir, mesmo porquê, dependem da aprovação da população para efetivar seu ponto inicial de trabalho em Caieiras. Teria sido este o motivo de marcar uma audiência pública numa terça-feira, à noite? Haveria um possível propósito de evitar o comparecimento da população na data marcada?
Seja como for, Caieiras está precisando de todos seus filhos neste dia.
Embora haja a garantia da coleta seletiva gratuitamente ao município caieirense, mais um por cento (1%) da receita gerada destinadas a obras sociais, quantos municípios estarão depositando todos esses resíduos na área que pertence à empresa CAVO?
Cerca de 600 municípios, só em São Paulo, tem problemas com lixo de todas as origens. Se cada pessoa gera em média cerca de 500 gramas-dia, somente de lixo doméstico, tente fazer as contas de quantos milhões de quilos-dia, a Caieiras receberia? Em dois dias, uma semana, um mês, um ano, etc, quantos bilhões de toneladas seriam armazenados? E se tudo isso fosse somado pelo lixo dos hospitais e indústrias do estado inteiro? É praticamente impossível se imaginar o estrago. Totalmente vulnerável Caieiras pede socorro, já que a Lei não estabelece qualquer limite para quantidade de lixo ou de municípios que estarão se beneficiando.
Dois fatos estranhos circundaram a Lei... O vereador Milton Valbuza apresentou em 1997 um Projeto de Lei que suprimia o benefício a outros municípios, garantindo assim, a quantidade de vida ao cidadão caieirense, somada à capacidade tecnológica da empresa em questão. Em tempo, o prefeito Pedro Sérgio Graff Nunes, teve o mesmo procedimento do vereador através do executivo.
Sem motivos explícitos, por unanimidade, a Câmara votou contra a Emenda, inclusive seu autor, Valbuza.
Pasmem!!! Ao mesmo tempo, o prefeito retirava, através de ofícios, Projetos que teria encaminhado ao Legislativo com propósitos parecidos aos do vereador... e tudo se calou por aproximadamente uma hora e meia. “Quem cala consente”. Em outras palavras: tanto o prefeito, quanto os atuais vereadores, estariam consentindo, de fato e de direito, que a cidade fosse considerada a “Capital do Lixo”.
Se você eleitor e cidadão, não concorda com essas atitudes e quer saber mais sobre o assunto, não deixe de comparecer no dia 9 de fevereiro às 19h00 no Centro Cultural e participe ativamente da audiência e garanta os direitos que você tem. O Regional News está à sua disposição.