O que é encerrar ou cerrar um ciclo em nossas vidas?
É dizer adeus `a pessoas, situações, profissão, problemáticas?
Ou entender que tudo tem tempo de validade e provavelmente você deparou-se com um prazo vencido?
É fato inconteste que estamos constantemente cerrando ciclos e começando novas etapas em nossas vidas, espontaneamente ou não!
O grande “x” da questão é como, de verdade, aceitar e acreditar que tudo mudará, que mudou e que nada será como antes por mais vontade ou lágrimas que vertam de seus olhos!
Também é certo que é fabuloso chegar ao fim de um trágico episódio em nossa caminhada e seguir, quase dançando, com ganas de viver intensamente a liberdade!
Mas nem sempre estamos preparados para deixar para trás uma história de vida que calçou nosso mini universo por tanto tempo! Dá medo ver “O Castelo” destruído ainda que, já estivesse bombardeado e nada mais restasse senão uma parede gélida a recordar nosso passado de príncipe, princesa, dragões, batalhas, e bem dramaticamente “sangue, suor e lágrimas”.
A incerteza do amanhã cega a um ponto cachaceiro e já não sabemos se acabamos uma etapa já tão bem vivida ou se estamos sendo castigados por nossos erros tão gritantes.
O bem amado temor de um novo caminho faz parte desta trajetória de pupilos diante o desconhecido e enquanto nossa própria voz grita nossa conquista, nosso coração abarrota-se de angústias, incertezas e queixumes.
Neste momento um turbilhão de cacarecos empregam todos os meios de força bruta para regressar a um lugar sem dimensões físicas aptas para reacomodá-los.
A tenacidade é uma ânsia tão contundente que damos credenciais para que as culpas, a falta de perdão transformem nosso apogeu em um fastio pela vida.
A sensação cafajeste de seguir como néscios abrindo buracos nestes ciclos com maçaricos impiedosos entibia nossa vontade de caminhar.
Enterrecidos pelas crenças de que tudo pode ser resolvido, remoldado, colado, consertado, recolocado, choramos como crianças perdidas esperando que o tempo acabado abra uma minúscula extensão limitada no impenetrável buraco negro da ilha perdida.
E podemos seguir assim: entesourando o nosso próprio escalpo,caducos de nós mesmos, lancetando nossa memória com o terror absoluto do futuro e o impecável auto flagelo dos porquês de um final!
E a vida vai, e você vai sem ela porque ela só te empurra, ela só te joga e seu naufrágio é evidente.
A luz que resplandeceria seu renascer simplesmente preteja!
Não há refúgio nas trincheiras da vida, há uma luta constante onde nascer e morrer é a expressão do transbordar-se, transformar-se, criar-se quantas vezes seja pertinente, necessário, inevitável, crucial.
Fuja desta sensação de orfandade necrosada em um escarcéu impertinente.
Não há saída se seu objetivo é o passado.
A novidade é : “o ciclo finalmente encerrou-se ou cerrou-se, ou foi encerrado ou por você mesmo cerrado”, e o epílogo necrológico é seu último ato nesta história acabada.
Daniele de Cássia Rotundo