Um dia cansamos da mesmice de nossos pensamentos!
Um dia enxergamos que somos o retrato falado de sequencias históricas de repetitivas projeções de um eu-automático!
A barbúrdia que aferra a coletividade psíquica deixa de ecoar sua pequenez espiritual e, então, nos retiramos discretamente da platéia de espetáculos irreias de uma felicidade superficial.
A comovente estória de teatro viciado em comburentes de sonhos, não faz mais sentido aos nossos olhos enfadados de tamanha futilidade.
O boicote insistente as nossas idéias é vagarosamente cometido a sua morte por excelência.
E assim, vamos surgindo, saindo e emergindo de nosso casulo para um lugar chamado eu-pleno!
Nos apetecemos de desejos solipsos e, eis que a porta do interior mais profundo abre - se a nos saudar: Bem-vindo a você mesmo!
O comovente encontro já não esperado após tanta iteração com o pragmático assusta aos mais sábios comprometidos com o ¨ser¨!
Um quebrantado poço de ilusões se expande diante nossos olhos desnudos e sorrateiramente, desolados com nosso descobrimento choramos as consequências de anos de recruta das exigências traumáticas de pessoas-coletivas.
Onde perdemos nosso tesouro existencial de sermos únicos, impares e quase plenos?
Por que jogamos às traças tantos anos de vida procurando e almejando o imponderável em detrimento aos nossos pensamentos-espelho de quem realmente somos?
O que fazemos ao despertarmos deste utópico mundo ditado por regras vazias e fatigantes?
A consciência da morte prematura dos nossos sonhos golpeia a realidade de quem creiamos ser!
A sensação de imortalizar uma vida que não é a que sonhávamos dever ser combatida sem devaneios e preâmbulos.
Não é o fim!
Não é o caos!
Não é o adeus!
É laurear seu renascimento do caos! É o recomeçar já despido da fantasia do agora.
É o mergulhar no mundo perdido dos seus sonhos!
A regalia da inação acabou, a alienação pereceu.
Levante!
Daniele de Cássia Rotundo