16/06/2017
A verdade

Um dia descobrimos estarrecidos que nossos defeitos podem falar mais sobre nós do que tudo o que ilusoriamente supomos ter construído num presunçoso mundo umbilical politicamente correto.
Olhamos para os lados quadriláteros da caixa pequena de nosso universo limitado e temos a convicta certeza de que nossos passos são medidos por críticos graduados no corpo celeste dos perfeitos.
E este mundo dos perfeitos, definitivamente não é nosso planeta de aterrisagem.

Caberia uma indagação de divã de analista com cara de paraíso : "o que é a perfeição "?
E já com tantas imperfeições, acumulamos mais uma e mandamos ao inferno estas palhaçadas de não conceituar ou não transformar em tabu à loucura, a felicidade, o amor, a compreensão e todos os adjacentes pensamentos modernos de emoções natas do ser humano. Porque na verdade é lindinho ser mente aberta a um conceito endurecido e seguir em frente julgando, pré julgando tudo o que não condiz com o burocraticamente correto.

Ridículas palavras encantadoras de problemáticos seres, quando ao virar as costas a única verdade pensada é o tamanho da suposta pequenez destas imperfeitas peças de museu com cheiro de atrocidades perambulantes.

O final fatal é : descobrir.

Descobrir o tamanho da merda social que somos: imperfeitos, passionais, desequilibrados e desprezíveis.
A vontade é única: sucumbir ao mutismo.

 

Daniele de Cassia Rotundo



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