Na literatura, na política, no cinema e na história sempre fomos presenteados com marcantes personalidades femininas. Certamente, eu poderia escrever dezenas de páginas, sobre elas e suas especiais potencialidades. No entanto, me limitarei a descrever algumas, das inúmeras presentes em meu cotidiano e altamente influentes em minha vida.
Na infância, um exemplo forte de mulher, foi minha madrinha (Dona Cida Sant’Anna), que moldou meu caráter, minha determinação em trabalhar incansavelmente e que me ensinou que honestidade, tolerância e coragem eram fatores decisivos na vida de qualquer pessoa. E ela não só pregou estas regras. Agiu de acordo educando suas filhas dentro destes princípios para que não cruzassem os braços e nem desistissem jamais. Jandira assim, a exemplo da mãe, foi mulher de garra, lutadora, honesta e digna que conseguiu evoluir e atingir degraus da vitória ao optar por sua liberdade e independência. Elenice, também, não foi diferente. Batalhou e ainda hoje se esforça pelo melhor. Vivi e aprendi com este trio de grandes mulheres!
Presenciei, porém outros casos na família Sant’Anna: A Tia Iracema, a Tia Ziza que, na década de 60, abriram mão de confortáveis casamentos. Instruíram-se, enfrentaram o mercado de trabalho e partiram para uma autonomia pouco estimulada em tempos de grandes preconceitos. A Tia Tatinha, casada com meu Tio Moacir Sant’Anna ao longo de um casamento de mais de 50 anos, também me serviu de modelo, ao caminhar ao lado do marido de forma sempre colaborativa, contribuindo assim para o sustento e boa educação das filhas. A Tia Cici ( Aracy Sant’Anna) , outro exemplo. Viúva muito jovem, arregaçou as mangas, montou seu salão de cabelereira em Caieiras e assim manteve o sustento da família. Convivi e aprendi com este quarteto de grandes mulheres.
À medida que fui me tornando adulta, outras figuras femininas cruzaram meu caminho: No trabalho, as amigas, Cida Tomasetto, Margarete Fava, Norma Conrado, Noêmia Menegatti, Ana Maria Corsi, Maria Marliza Teixeira, Conceição Spera, Mônica Prando, foram também inspiradoras. Assim como, minha dentista, Adriana Sato que , pelo excelente profissionalismo e empenho , conseguiu vencer e criar filhos maravilhosos. Aprendi com elas também. Grandes mulheres!
O que tinham em comum? Talvez a coragem e a vontade de trabalhar. Todas então, foram decididas. Não se escoraram em ninguém e nem necessitaram da retaguarda masculina para torná-las melhores. Já eram... Naturalmente... Por simples postura diante da vida.
Foram e são mulheres de valor. Diferente do perfil patético de Roseane Collor, exposto num programa da Rede Globo, onde se dizia descontente com a “ irrisória” quantia de R$ 22.000,00 mensais, paga pelo ex marido . Quantia tão “micha” que a obrigava escrever um livro de idiotices ao invés de ir trabalhar, como a maioria das mulheres divorciadas do país. Infelizmente, são muitas as “Roseanes”, subsidiadas por ex maridos . Infelizmente muitas delas, até consideram oportuno, casar, separar e viver de pensão. São mulheres pequenas, fracas e inseguras.
Prefiro então, pensar naquelas exemplares, maravilhosas que cruzaram meu caminho e que me deram a chance de conhecer uma classe feminina muito diferente: mulheres anônimas, dignas, batalhadores e essencialmente belas! . As outras, “as Roseanes”... Que permaneçam na mídia, nas colunas sociais e nos mexericos de jornalecos inúteis. Não serão nunca exemplos e jamais se tornarão mulheres maravilhosas. Como estas citadas nesta crônica !
FATIMA CHIATI
www.fatimachiati.li9.com.br