Uma dermatologista, em entrevista à Rádio Jovem Pan, fez um alerta às mulheres com relação ao marketing enganoso de alguns cosméticos. Segundo ela tudo é tão exagerado que, infelizmente a maioria das pessoas não percebe . Existem produtos prometendo tudo a preços exorbitantes. Algumas indústrias já estão apelando até para o irreal, dizendo existir em suas fórmulas rejuvenescedoras, substâncias absurdamente impossíveis como por exemplo, cremes com calda de esmeraldas ou com partículas de meteoritos .Dá pra acreditar? O preço? Uma loucura declarada e que alguns insanos pagarão.
Sabe-se que há séculos, as mulheres já se empenhavam no cuidado com a pele, corpo e cabelos. Nos anos dourados, produtos até hoje inesquecíveis surgiram para este fim. Quem, da minha geração, não se lembra de alguns: Do Rugol rejuvenescedor, do Creme Pond’s para hidratar, do Velman para aveludar as mãos, do Leite de Rosas para tonificar , da pomada Minâncora para as espinhas, do pó de arroz da Coty, do sabonete Rastro e do famoso perfume Lancaster? Todos faziam parte do arsenal feminino daquela época.
Nada nunca foi barato. Mas também nunca foi impossível. E como beleza ,para as mulheres, sempre foi garantia de sedução, os sacrifícios valiam e tinham lá sua dose de compensação.
A indústria cosmética entendeu o recado e empenhou-se em evoluir. Com o tempo produtos foram substituídos e outros mais elaborados apareceram, enlouquecendo ainda mais as obcecadas por cremes. Nos anos 80, surgiram novidades, com químicas importadas, ácidos e até com placenta humana. Mas tudo sempre caro demais , direcionado à elite, aos artistas e às pessoas de grande poder aquisitivo. Surge assim, um novo nicho no ramo e uma nova forma de comércio ganhou força: o de porta em porta, onde os produtos eram vendidos por catálogo. Avon e Cristian Gray tiveram destaque. A clientela era grande e os preços bem mais acessíveis.
E se “quem não tem cão caça com gato”, isto foi útil para as que tinham baixa ou média renda e nenhuma mulher precisou abdicar de sua vaidade . Opções não faltaram.
Felizmente, nem tudo que é caro, é mais eficiente. Alternativas de menor custo também não deixam a desejar.
Atualmente, lojas do ramo contabilizam alto faturamento provando que neste departamento não existe crise. Ao contrário, o crescimento está a todo vapor e nem só a classe alta, pode usufruir das novidades na cosmética. Tem para todo mundo e para todo bolso. Tudo é só questão de adaptação e conscientização de que produtos caros, nem sempre significam maior eficiência .Mesmo porque, milagre não existe quando se fala no assunto . Na riqueza ou na pobreza, o belo é parceiro fiel da juventude, da mocidade. Nesta fase convenhamos, nenhum produto é tão importante. Tudo já é perfeito, não exige reparos . Ao envelhecermos, no entanto, descobrimos que nada deterá a ação do tempo. Nem mesmo os cremes com meteoritos ou calda de esmeraldas.
Conviver pacificamente com esta constatação passa a ser mais importante que qualquer produto. Vale, na verdade , investirmos na saúde, no bem estar, no aprimoramento cultural e principalmente no espiritual.
Isto sim, nos fará aceitar as marcas das emoções magnificamente estampadas em nossos olhos, em nosso corpo e em nossa face. Produto algum deverá, e com razão, amenizar os sinais do riso, das lágrimas, das alegrias e das tristezas vivenciadas com paixão ao longo de toda uma vida . Isto sim é belo demais, é eterno e não tem preço.
FATIMA CHIATI