23/04/2012
Abençoados os vizinhos de ontem !!!

Vivemos em tempos conturbados.O relacionamento humano sempre foi  muito difícil, mesmo quando compensador.Nunca presenciei no entanto, tanta  animosidade entre vizinhos como atualmente.O assunto   até  se transformou em tema de programas de televisão e  está se tornando tão grave, que a própria justiça brasileira está criando  pequenos tribunais com o objetivo  de  conciliar e acalmar os ânimos.Tudo tão diferente de tempos passados.Pelo que me lembro  da minha infância, os vizinhos eram um enxerto na família tradicional e era tão bem sucedido que até casamentos aconteciam entre moradores de uma mesma rua.E  tudo dava certo. Minha madrinha,  amadrinhou  centenas de crianças,dezenas de  casamentos.E foram tantas pessoas que, em determinados  momentos, não se sabia mais quem era da família e quem era da vizinhança.Todos na casa dela  tinham   a mesma importância,o mesmo afeto e o indiscutível respeito.Fui assim  criada nesta  crença de que vizinho, é sempre  nosso  parente mais próximo e amigo para todas as situações da vida.Ao longo do tempo só vi  companheirismo,solidariedade e amizade sincera entre  todos que residiam na redondeza onde morei.Uns ajudavam os outros e todos  se interagiam sem muitos rodeios. Abençoados os vizinhos daquela época! Onde foi parar tudo aquilo?Hoje o que mais se ouve é reclamação de vizinho.É  o vizinho barulhento, vizinho briguento, é vizinho que tem cachorro que late demais,é vizinho que liga o som no último volume,é aquele que realiza uma construção e destrói a casa do lado, é aquele faz escândalo ,é vizinho que empurra o lixo pra calçada do outro.Enfim mil reclamações, mil queixas.Tantas e tantas, que a guerra emocional se estabeleceu.A irritabilidade domina e a intolerância prevalece.Ninguém se coloca no lugar do outro.Ninguém mais se prontifica colaborar.Ninguém mais aceita ceder.Ninguém se empenha na pacificação,restando  recorrer  somente à delegacia e aos tribunais.Se a justiça brasileira já é  lenta e morosa, imaginem agora com a guerra entre vizinhos!Acho tudo isto lamentável  e triste,pois  surge  a certeza de que as pessoas não são mais as mesmas e que os comportamentos estão mesmo  problemáticos.Acho além de triste, preocupante, pois em meio a tanto desconforto nasce também a ameaça de perda de tranqüilidade e segurança.Como conviver com um vizinho com o qual você se desentendeu?Como conviver com um vizinho que você acionou na justiça?E como conviver com um vizinho que não te respeitou e te prejudicou material e psicologicamente?Alguns tentam mudar de casa o que nem sempre significa ficar isento do problema.Em todo lugar, haverá ainda uma possibilidade  do fato se repetir.Outros permanecem, mas alimentam um ressentimento tão forte que só piora o conflito.Sublimam, agüentam e ficam  escravos do  terrorismo e do medo.Suportam,  mas vivem em constante estado de apreensão e ódio.Para dizer a verdade, não sei o que é pior.Melhor  seria que o respeito fosse fator  predominante e que ambas as partes,num diálogo franco, encontrassem  caminhos para a solução dos conflitos.Certo seria que a amizade, ingrediente sempre  benéfico, fosse  a base de tudo .Ideal seria que, interesses pessoais não se sobrepusessem  ao interesse coletivo porque  relacionamento seja ele familiar ou de simples vizinhos, merece atenção e empenho.Morar na mesma casa, no mesmo condomínio  ou na mesma rua requer habilidade e jogo de cintura.O convívio  tem que ser  saudável , prazeroso e principalmente amistoso.Se em décadas passadas foi simples e  fortaleceu vínculos,no novo milênio gerando  dramas e questionamentos requer apenas bom senso, civilidade e acima de tudo  educação.


 


Fátima Chiati

Leia outras matérias desta seção
 » A Semana Santa na Vila Leão
 » Religiosidade e religião de amor
 » Caminhar é preciso
 » Recordações da Av. dos Estudantes
 » Os gênios do Colégio Walter Weiszflog
 » Fragilidades de todos nós
 » As mentiras na Internet
 » Reverências aos nossos amores
 » O amor fora do ar
 » Amor, política e relacionamentos
 » As históricas enchentes de Caieiras
 » Homenagem às mulheres
 » Algo mais
 » Trégua de Natal
 » Atitudes de autoajuda
 » O dia de finados
 » Mãe é aquela que cria
 » A internet não esquece
 » Capelinha da Vila Leão
 » Benzedeiros e benzeduras

Voltar