23/08/2009
Salão nobre
Ao som de boleros mexicanos, Beatles, R.Carlos, orquestras famosas, corriam os anos setenta nos bailes do União e CRM. A geração havia mudado e os tempos também, excursões já haviam se tornado raras e outras Rosanas continuavam partindo corações dos garotões (leia a história do anônimo apaixonado no Caieiras antiga).
O auge eram os bailes no “salão nobre” onde aparecia gente de toda a região, em um desses apresentou-se o cantor Antonio Marcos, completamente chapado, situação que não tirava o brilho do grande cantor. A rapaziada como sempre paquerando as possíveis conquistas e muitas acabaram em casamento, inclusive o meu. Foi mais ou menos assim, a conversa corria solta entre os amigos quando olhei para uma mesa e tomei um choque, no bom sentido, lá estava ela olhando em nossa direção e sempre vem aquela dúvida, é para mim ? era.
Comecei a perguntar quem eram aquelas pessoas e ninguém sabia, até que um amigo ouviu e contou, vinham de S.Paulo a convite de gente daqui, mas quem? - foi um custo descobrir que os parentes eram do Orlandinho, um primo dele era primo do cunhado da tal moça. Claro que procurei tirar todas as informações dele para dar o bote certeiro, mas fiquei meio cismado com uma advertência: tome cuidado que ela é filha de militar, Coronel e bravo, e se eu fosse você ficava longe. Até que tentei, mas no fim do baile meu destino tinha sido selado, o bote foi tão certeiro que hoje quase quarenta anos depois, ela continua linda, com quatro filhos e três netos. Viva o baile.
Edson Navarro
Atualizado em 07/02/2017: Três netos, duas netas e a Avó continua linda.