A invasão niponica.
( Situação real )
Hotel Fazenda é sempre uma fonte inesgotável de situações , acontecimentos e “ causos “ . Vê-se de tudo por aqui . É onde Deus e o Diabo caminham e se encontram com facilidade impressionante .
Cada chegada de excursão , é uma festa no hotel . E aqui chegam , na alta temporada , quase 1 excursão cada 2 dias . Gente de todo tipo , hábitos e manias , roupagem , trejeitos ........uma beleza .
Sexta Feira por exemplo, chegaram dois ônibus de nipônicos , todos idosos , de uma altura só , todos magrinhos , saradinhos , alegrinhos . Desceram dos ônibus , sem muito alarido , fizeram fila pro check in , bem organizadinho e sem o empurra empurra tradicional dos brasileiros , das rasteiras e rabos de arraia e do falatório tão tradicional do povo brasilis lulal .
A coordenadora do grupo , com sua pranchetinha repleta de papéis , distribuía os casais , grupinhos e avulsos em seus apartamentos , falando sem parar a linguagem deles e sorrindo sempre . Lembrei-me de uma Excursão anterior , dum pessoal de S Paulo que até rabo de arraia teve na distribuição dos quartos .
Pois bem , japoneses alojados , ambiente normalizado , deixo meu catre e desço ao átrium do hotel para meus gorós diários afinal , foi um dia cansativo de trabalho para mim . Chegando no bar do hotel , visualizo a situação e aceno para Zé Zóio , meu garçom preferido pois sempre me coloca uma dose a mais no meu Campari . Chamo-o de Zé Zóio porque , uma vez , ele levou um choque elétrico ,tão forte , que jogou seus olhos prá frente e eles não voltaram mais no lugar original . Sempre digo que ele deve dormir com os olhos abertos pois suas pálpebras não alcançam abraçar os olhos por inteiro .
Começei então á sorver meu Campari Gambarotta qdo aparece um pequenino samurai , bermudinha nova , chinelinho de taquara , camisa com motivos japoneses e boné ( raça prá gostar de boné é o japones , putz , adoram um bibizinho ) . Ofereço então , um golpeada no meu Campari e ele , polidamente , recusa e me diz : Vô di wiky , né ???? Não acreditei pois o bar do hotel tinha adquirido quase 50 garrafas de saquê prá ocasião e o primeiro freguês japonês que aparece , pede whisky .
Começamos a papear e soube que se chamava Tokyharo San ( Sr Tokyharo ) e era comerciante .Zé Zóio chegou então com a dose de whisky pedida , on the rocks e foi repreendido pelo velho samurai : - Eu quer o litlo !!! disse ele .
Putz , pensei , vai aparecer uma montanha de samurais prá dar uma beiçolada do whisky do samurai Tokyharo e vão me afogar aqui dentro .
Dei uma desculpa e pulei fora me alojando no canto escuro do balcão ( local preferido dos Abatedores de Veteranas Eufóricas ).
Pois bem ,aumentou o movimento , apareceram os japoneses , a musica aumentou de volume , lufa lufa , risadas e o Sr Tokyharo , sozinho , sorrindo na mesa e tomando seu whisky , pacientemente , dose a dose .
Pensei comigo : Este samurai vai dar trabalho ..........
Qdo terminei meu terceiro Campari , olhei p/ a mesa do samurai e vi a garrafa de whisky faltando um dedo prá acabar . Não acreditei!!!! Pensei comigo , estes caras devem beber bem o tal saquê mas .....whisky ???
Voltei a olhar a mesa do japones e não o achei mais ......procurei-o com os olhos e imaginei .....ele deve ter caído de bêbado e está sendo levado prá enfermaria do hotel .......
Nisso , batem levemente ás minhas costas , viro-me e que vejo ??? Ele mesmo , Sr Tokyharo San , sorridente , que me fala : Vol ao banheilo e na volta , convido-o prá mais alguns wikis , tá ?????. Aparvalhado , respondi , OK !!
Pulei fora , corri para o restaurante pois os 3 Camparis já começavam á dar sinal de sonolência mental , sentei-me numa mesa atrás duma coluna e pedi um sopão de legumes . Minutos após , chega o samurai , procura-me porém não acha , senta –se numa mesa e pede sushi , sashimi , tempurá e UMA CERVEJA NOVA SCHIN !!!!!!!
Desmaiei !!!!!!!