Três personagens, uma história, uma obra.
Wilson, um escriturário normal, bom profissional, lotado na empresa Galochas Theodomiro Inc, no Setor Estoque de Produtos. Tinha mesa, telefone, computador e era chegado em aventuras extraconjugais. Como era bem apessoado, alto, pragmático, culto, era chamado de Wilsão.
Tetéu, um mecânico de manutenção predial, jeguinho, atencioso e muito eficiente naquilo em que trabalhava, gostava de futebol, churrascos e pagode. Tinha o apelido de Calango.
Cotinha, meia idade, balzaquiana, meio judiada pela vida, roupas simples, modos corriqueiros, conversadora mas ainda com as carnes em cima.
Tetéu Calango era casado com Cotinha e moravam numa casa, na rua perto da fábrica de Galochas onde Tetéu trabalhava.
Corria o tempo.
Um dia, Wilsão, descendo esta rua com seu Chevette após o expediente na fábrica, avistou Cotinha que chegava em casa vindo do supermercadinho local onde fora comprar umas coisinhas prá casa. Olhou-a de soslaio, matreiro e interessou-se pela estrutura externa de Cotinha. Passou devagarzinho por ela mas nada falou pois cada um tem seu método de conquista e approach. Cotinha percebeu o lance, olhou disfarçadamente para Wilsão e prosseguiu seu caminho até seu portão de casa.
Dia seguinte, Wilsão fez a mesma tática e procurou saber quem era a morena da casa 32. Uma colega sua de serviço, a Marcela, informou ser a Cotinha, esposa de Tetéu e era uma mulher respeitadora e afável. Wilsão usou esta sua colega Marcela para conseguir o celular de Cotinha.
Dias mais tarde, chega um bilhete até Wilsão, com um número de celular. Tomado de emoção, tremendo, ele liga pro número e atende uma voz maviosa, terna e macia. Era ela, Cotinha. Teve início então o affair amoroso.
Projetaram um plano fodal, sempre ás tardes e a desculpa era que Wilsão ia visitar fornecedores e Cotinha ia prá cidade comprar algo. Encontravam-se em outro bairro e daí, motel, onde engalfinhavam-se na salutar luta do amor.
Wilsão passou a seguir Tetéu Calango de perto, diariamente, pois qualquer alteração de rotina poderia ser sua morte. Tudo ia bem, tudo ia na rotina e isso durou uns quatro meses de delicias entre Wilsão e Cotinha. Wilsão sempre do olho em Tetéu.
Um dia, apareceu um vazamento no telhado do escritório de Wilsão; O chefe de Wilsão então, comunicou a Manutenção Predial para sanar o problema.
Wilsão estava em sua mesa, absorto nas planilhas e tabelas diárias do trabalho quando chega alguém e coloca sobre sua mesa, com certa rudeza, uma enorme Chave de Grifo e pergunta prá ele, de supetão: É aqui que tem vazamento no telhado ??????
Wilsão desmaiou de susto, caindo com a cabeça no teclado do computador.
Tetéu, surpreso, não entendeu nada e até assustou-se com o fato.
Só Marcela, a amiga de Wilsão entendeu o lance e disse prá ela mesma:
- QUEM DEVE, TEME !!!!!!!!!!