Na manhã de 25 de março de 1968,numa ensolarada manhã de segunda feira embarquei na estação de trem em CAIEIRAS, como fazia todos os dias, para ir trabalhar na: PECUNIA S/A Credito Financiamento e Investimento , trabalhava com (Jesué P.da Cruz, Avenir Della Betta, Edson Navarro , e Valdir Zerbinatti).
Lembro que estavam comigo meu primo Avenir e Jesué, não me lembro se estavam juntos no trem na hora do acidente o Edson e o Valdir. O trem, que atrasava quase todos os dias saia de Francisco Morato com ponto final na estação da LUZ.
O trem parou por aparente e inexplicável pane elétrica entre PERUS e CAIEIRAS nas proximidades da PONTE SECA , quem é CAIEIRENSE, como eu, e antigo sabe onde era o lugar. (rs rs) Quando dava algum problema, o trem era puxado por uma locomotiva, para o destino final levando os passageiros com muito atraso a todas as estações.
Mas neste dia, o defeito foi sanado, voltou a luz e, o maquinista acionou o trem, mas já tinha dado o alerta sobre o problema para a Central de Operações, que enviou uma locomotiva até o local, para rebocar o trem.
Não houve troca de informações sobre o procedimento e, deu no que deu.O trem de passageiros em que eu estava com muitas pessoas colidiu com locomotiva, o acidente ocorreu numa curva e que pegou desprevenido os condutores dos trens.
Na época, morreram se não estiver enganado 80 pessoas além de muitos feridos. Lembro ainda que estava de pé no terceiro carro. Com o impacto do choque, sem exagero fomos jogados ao chão, muitas pessoas se machucaram, gravemente na hora da batida.Pasmos ante a tragédia, pulamos do trem, forçando abertura das portas e caminhamos desorientados.
Lembro que meu primo e eu na hora da confusão ameaçamos esquentar a cara de um sujeitinho que tentava roubar um relógio de pulso jogado no chão no meio da linha ao lado do cadáver de um homem com as vísceras expostas. Foi um horror mesmo.
Fiquei com outras pessoas ajudando a transportar os feridos e mortos, pois o lugar era de difícil acesso, pegávamos lençóis , segurando nas pontas com 4 pessoas e transportávamos os acidentados e mortos morro acima da linha férrea onde ficavam as ambulâncias..
Aconteceram muitos velórios em CAIEIRAS, FRANCO DA ROCHA E FRANCISCO MORATO.Recordo ainda que aquele trecho fatídico ficou com "fama" de ser "Mal Assombrado". Muitas pessoas naquele tempo, tinham o costume de andar ao lado da ferrovia, inclusive eu, para "cortar caminho".Deixei minha mãe muito preocupada por ter demorado para chegar em casa por ter ficado muito tempo no local. Nessa época, tinha 20 anos com sonhos de crescimento profissional, social e amoroso se assim podia falar.
OSWALDO JOÃO DELLA BETTA
Veja foto do desastre na página 12 no link: www.caieiraspress.com.br/fotos/index.php?id=2
Comentários:
Nesse dia eu "perdi" o trem por segundos, quando cheguei na estação o trem fechou as portas e saiu, mas, o estrondo da batida pode ser ouvido na estação e acompanhei toda a tragédia que se seguiu.Edson Navarro