28/10/2024
Noite emocionante

Noite emocionante

Muito tempo já se passou daquela noite em que os buscadores do desconhecido se encontraram para mais uma aventura que não era para pessoas comuns, aquelas de vida simples dos sem desconfiarem que possa existir algo mais profundo para enriquecer suas vidas tão destituídas de “valores” intelectuais diferenciados dos valores simples que possuem. Logo o auditório ficou repleto de pessoas afins com o que estavam prestes a assistirem e ouvirem. O responsável pela palestra era muito conhecido entre os membros da conhecida instituição a que ele também pertencia. 

No silêncio do auditório ele começou a expor o que sabia ou o que pensava que entendia sobre a “teoria” da reencarnação. Foi uma palestra longa e no fim dela ele praticou um exercício para melhor elucidar o que tinha discorrido sobre ela, a reencarnação. Para isso ele solicitou a presença de um voluntário para colaborar com o que ele propunha demonstrar para o pessoal do auditório. O exercício, na escuridão, constituía em focar no rosto do voluntário um forte facho de luz e com isso as pessoas presentes poderiam notar as transformações que poderiam ocorrer no rosto dele, do voluntário. As transformações da fisionomia dele, seriam, então, aparências do rosto dele de suas reencarnações anteriores. 

Depois do tal exercício o palestrante perguntou se alguém havia notado alguma transformação no rosto do rapaz que esteve colaborando com ele. A maioria das pessoas presentes no auditório se manteve em silêncio, mas, uma senhora levantou-se de seu lugar e disse: Eu vi sim o rosto dele mudar. Eu vi que o rosto dele se transformou no rosto de um japonês. O palestrante agradeceu a colaboração dela e informou que o rapaz voluntário era de verdade um japonês, sim. Isso foi o “estopim” para todos os presentes “caírem” na risada. E assim foi aquela noite em que os buscadores do desconhecido (como eu) participaram de um teatro gratuito. 

Altino Olímpio

Não dá para dispensar os pensamentos

Ora, ora, ora, como estou, sei lá como estou. Só sei também que às vezes não me importa como estou. Tantos anos se passaram e como eu estava em todos anos passados pouco me lembro. Agora aqui onde estou, estou a refletir em como todos os momentos em que eu estive estiveram formando tudo o que penso que sou. Hoje os dias passam e sei que eu só vivo no passar dos dias iguais como eles sempre são tendo as escuridões das noites me trazendo claros os pensamentos que me fazem pensar até onde ainda vou chegar vendo os dias passarem trazendo suas noites que me fazem pensar que hoje eu só sou os meus pensamentos e nada mais e eles não interessam para ninguém. 

Por que os meus desejos sumiram? Viver não foi sempre ter os desejos de ter seja o que for para que o ter seja mais que o ser como acontece para muitos? Como devido à idade avançada os desejos desaparecem e se vive melhor sem eles, isso não faz pensar que muito vivemos de ilusões do tanto querer ter? O viver sem desejar é o mais viver em si mesmo livre de anseios que tornam o viver incompleto. 

Neste mundo tão conturbado como viver tendo paz de espírito? Só mesmo vivendo nele com o corpo, mas, com o espírito afastado e inconsciente do que ocorre com ele e com todas as pessoas que vivem influenciadas por ele. Que fazer com tantas notícias que só servem para satisfazer a curiosidade dos que precisam de distração para viver do que viver para algo mais útil e que possa ser praticável? Parece que nesta época muitas pessoas não mais vivem em si mesmas e sim vivem no que outros apresentam e que só servem para os interesses deles mesmos. 

Às vezes penso que ainda penso porque é difícil deixar de pensar. Penso que seria bom escolher o que pensar, mas, para que pensar se o que se pensa dá o que pensar se vale a pena ter pensamentos que para nada servem nesta fase idosa da existência e que, pensando bem, nem é bom pensar no pouco tempo que ainda resta para viver (risos).

Todas as pessoas que nasceram, viveram neste mundo e já morreram, nós que também vamos morrer será que nos daremos bem com todos eles que já se foram daqui deste mundo? (risos)

Altino Olímpio



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