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05/04/2022
Cinto de Segurança traseiro por que usar

Uso de cinto de segurança no banco traseiro do carro volta ao debate após acidente com ex-BBB

Rodrigo Mussi teve múltiplas fraturas pelo corpo e traumatismo craniano. Segundo IBGE, apenas 54,6% dos brasileiros afirmam sempre utilizar cinto quando estão na parte de trás do carro; DF tem média mais alta do país.

Na quinta-feira (31), o ex-BBB Rodrigo Mussi , de 36 anos, estava em um carro de aplicativo quando o motorista bateu na traseira de um caminhão, na Marginal Pinheiros, em São Paulo (SP). O condutor, que estava com o cinto de segurança, saiu ileso do acidente, já Rodrigo, que estava no banco de trás, sem cinto, teve múltiplas fraturas pelo corpo e traumatismo craniano.

Até esta segunda-feira (4), Mussi continuava internado na UTI do Hospital das Clínicas, na capital paulista. O acidente, envolvendo o influenciador, reforça a importância do uso do cinto de segurança no banco de trás do carro.

Segundo a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo IBGE em 2019, e divulgada em 2021, apenas 54,6% dos brasileiros afirmam sempre utilizar o cinto quando estão sentados na parte de trás do carro. No Distrito Federal , o uso é maior do que a média no país: 78,3% dos brasilienses adultos afirmam que sempre usam o cinto de segurança no banco de trás, quando andam de carro.

Lei da física

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A importância do uso do cinto de segurança vem da lei física da inércia: um objeto que esteja em movimento tende a continuar em movimento, a menos que uma força atue sobre ele. Ou seja, o cinto serve como um escudo para segurar os passageiros, fazendo com que o movimento chegue a zero.

Uma pessoa sem o cinto de segurança permanece em movimento. Esse movimento contínuo, conforme o diretor de educação de trânsito do Detran- DF, Marcelo Granja, faz com que ela sofra um impacto equivalente a mais de 10 vezes o peso do próprio corpo.

''A gente sempre escuta que não precisa usar o cinto no banco de trás porque o passageiro é protegido pelos bancos da frente. Isso não acontece. Essa pessoa, sem cinto, provavelmente irá ser arremessada do carro ou, então, vai cair em cima dos outros ocupantes do veiculo, podendo até piorar a condição física deles'' , diz Marcelo Granja.

O professor Alessandro Borges, do curso de engenharia automotiva da UnB, lembra que, em um acidente, o carro desacelera de uma vez só. "Enquanto isso, o corpo se mantém na velocidade anterior e, com o impacto da batida, o peso pode piorar severamente as lesões do passageiro".

"O cinto funciona da seguinte forma: com o impacto da batida, ele trava e cria uma pressão contra o corpo do passageiro. Essa pressão consegue segurar cerca de meia tonelada, deixando o corpo seguro", diz o professor.

Alessandro Borges explica ainda que o corpo fica imóvel e, em menos de um segundo, o pescoço e a cabeça vão para frente. O professor também chama a atenção para o perigo de deixar objetos soltos pelo carro: "Deixar uma bolsa solta no banco do passageiro, em um acidente, é muito provável que ela atinja alguém ou agrave alguma situação", aponta.

"Mesma coisa para cachorros. Deixar o seu pet solto é muito perigoso, ainda mais se ele for muito leve. A probabilidade de voar pela janela, ou ficar batendo dentro do carro, em caso de um capotamento, é muito grande", diz Borges.

O que diz o Código Brasileiro de Trânsito

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O uso do cinto de segurança é obrigatório para todos os ocupantes de um carro, conforme o artigo 65 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O descumprimento da regra é considerado uma infração grave ou gravíssima, e a multa é de R$ 195,23.

Marcelo Granja, diretor de educação de trânsito do Detran-DF, alerta que a responsabilidade de conferir se todos os passageiros estão usando o cinto é do condutor. ''Quando uma criança está sem cinto, ou sem cadeirinha, é uma infração gravíssima. No caso de ser um adulto é infração grave", explica.

"É dever do motorista cobrar dos outros passageiros o cinto e, além disso, respeitar os [lugares nos] bancos. Não tem como uma pessoa ser transportada no lugar de carga, é perigoso, não tem como amparar os impactos de uma batida", diz o diretor do Detran-DF. 


G1