Texto de Anizio Menuchi
O União Recreativo Melhoramentos São Paulo, simpático clube central do Município de Caieiras, fundado em primeiro de agosto de 1933 não produzia somente atletas talentosos, se preocupava também trazer ao conhecimento de toda sociedade suas bonitas donzelas.
Em um momento especial no ano de 1.959. Seus diretores não mediram qualquer sacrifício para a eleição de princesas e rainha no Salão Caieirense (quantos bailes, quantos acontecimentos, quantos amores...) e para abrilhantar? Ninguém mais do que a expressiva e famosa Orquestra Robledo de Botucatu.
Para as candidatas na flor de sua adolescência além de sua beleza o desafio, em ser checada no charme, à elegância, vestimenta, penteado, maquiagem e até à postura.
A juventude, com todos os seus atrativos, é somente uma preparação para a idade adulta, um ensaio para o drama da vida.
Em cada pessoa há um sonho.
Em cada pessoa há um amor.
Em cada amor, há uma fantasia.
Em cada fantasia um desejo
O resultado do concurso houvera como rainha Doraci, primeira princesa Guiomar Maria e segunda princesa Marli Barnabé.
A diferença de idade entre eu e minha irmã é pequena. Eu a acompanhei nesse dia do evento que busca apurar ainda que maneira subjetiva a beleza dos que concorrem. O salão estava repleto de simpatizantes.
Recordo que nesse período éramos bastante contentes e felizes. Vizinhos conhecidos: portas e janelas abertas de suas residências sem a necessidade da fixação de grade, segurança eletrônica ou correlata. Não se comentavam sobre homicídios. Podíamos nos deslocar do clube à nossa moradia sem o menor cuidado ao um possível perigo.
A chegada do progresso era iminente, novos conhecimentos através do rádio, da televisão do cinema. Novas gerações, novos comportamentos, crescimento populacional.
Ganhamos em novas descobertas com a longevidade? Sim!
Entretanto, o desenvolvimento traz sequela: como a lamentar sobre o sistema político que produziu a "cultura do desrespeito" à Lei. Nossa sociedade montou-se na transgressão à ordem, no horror à coisa pública, horror aos direitos da maioria; tornamos uma sociedade de contraventores, de maus pagadores, de sonegadores de impostos (quando alguém sonega, o outro assume a conta). Sabemos perfeitamente que a sociedade é a causa, os efeitos são os políticos.
Dificílimo comparar como vivemos em nossa juventude e os momentos atuais. Tudo haveria os prós e contra. À luz da verdade, quanto mais seguro sentirmos em nosso processo de mudança, menos dependência, da decisão alheia, menos se sentirá prisioneiro de alguém ou de alguma coisa. A mudança inicia conosco. Quando mudamos, o mundo muda ... ao nosso redor.
Palavras de Soren Kierkegaard: “A vida só pode ser compreendida, olhando-se para trás; mas só pode ser vivida, olhando-se para frente”.
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