03/11/2011 - 14h34 (Folha online)
Manobrista envolvido em acidente diz que pegar carros era comum
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Usar carros de clientes que paravam no estacionamento era uma prática comum. É isso que afirma o manobrista responsável por ter 'emprestado' a dois amigos um carro de uma cliente que, momentos depois, causaria o acidente que matou duas pessoas em Caieiras (Grande SP). O manobrista trabalhava no Rit, estacionamento em Higienópolis, centro de São Paulo.
Dois morrem após acidente com carro "emprestado" em SP
A afirmação, que não consta no inquérito policial, foi dada pelo manobrista, Jonatan Paulino Alves, 22, ao delegado interino do 1º DP de Caieiras, Fábio Lopes Cenachi. O manobrista foi indiciado por apropriação indébita do veículo, um Kia Carens que pertencia a uma médica de 33 anos.
No sábado (29), ele emprestou o carro aos amigos Higor Costa Araújo, 22, e a Nivaldo Castro, 21, que iriam a uma festa em Caieiras.
Segundo a polícia, Araújo dirigia o Kia da médica quando tentou ultrapassar um caminhão em trecho proibido da estrada e bateu no carro que vinha na direção contrária, matando dois ocupantes --a jornalista Denise Pimentel Spera, 25, e o professor Bruno Tuon Perim, 27-- na estrada velha de Campinas, em Caieiras.
Uma terceira ocupante do carro, Ligia Maria Celeguim Tuon, também jornalista, sofreu ferimentos leves. Araújo foi indiciado sob suspeita de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
Também o motorista do caminhão que andava na frente do Kia, José Benedito Santos, 38, foi indiciado por homicídio culposo. Segundo relatos ouvidos pela polícia, o caminhão teria derrapado e deslizado em "L" momentos antes do acidente que matou a jornalista. Para a polícia, a conduta do caminhoneiro criou situação para o acidente. Ele não tinha sinais de embriaguez, segundo a polícia.
O motorista do Kia ainda fugiu do local e não prestou socorro às vítimas -- ele será indiciado também por evasão do local do acidente, junto a Nivaldo Castro, que estava no banco de passageiros.
Os indiciados vão responder em liberdade e a polícia aguarda o resultado da perícia para esclarecer as causas do acidente. A reportagem não conseguiu localizar a empresa responsável pelo estacionamento, nem falar com os advogados dos suspeitos.