Frente fria traz chuva e ameniza as temperaturas no Sul; Sudeste deve ter mudança no tempo no fim de semana. Níveis de umidade relativa do ar devem seguir baixos em todo o restante do país. Onda de calor ainda mantém os termômetros elevados no Centro-Oeste e em boa parte do Sudeste.
Por Júlia Carvalho, g1
Pôr do sol no fim da tarde, em Porto Alegre (RS), na tarde desta quarta-feira (11), com muito calor, devido às queimadas no sudeste e na região Amazônica. — Foto: EVANDRO LEAL/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO
Uma nova frente fria que chegou ainda na quarta-feira (11) no Sul deve trazer chuva e amenizar as temperaturas na região. Entre quinta (12) e sexta (13), Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina devem ter temporais.
💨Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), boa parte do Rio Grande do Sul deve ter até 50 milímetros de chuva nesta quinta e ventos intensos, de até 60 km/h.
Rio Grande do Sul deve ter temporais com a chegada da nova frente fria. — Foto: Inmet
Apesar da mudança de tempo prevista com a chegada desse sistema no país, ele não será forte o suficiente para quebrar totalmente o bloqueio atmosférico responsável pelas altas temperaturas registradas em todo o país.
🔄Os bloqueios atmosféricos são sistemas de alta pressão que favorecem o aumento das temperaturas e impedem a formação de grandes nuvens de chuva. Além disso, dificultam o avanço de frentes frias pelo interior do país.
De acordo com Fábio Luengo, meteorologista da Climatempo, a frente fria deve acabar com a onda de calor no Sul, leste de São Paulo, Rio de Janeiro e sul do Mato Grosso do Sul.
🌦️Mas o sistema só deve avançar e chegar ao Sudeste e ao Centro-Oeste no fim de semana.
"Em São Paulo, por exemplo, ela [frente fria] chega só no domingo. Até lá o tempo segue sendo de muito calor, inclusive no sábado", prevê Luengo.
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Os estados que mais devem sentir a queda nas temperaturas são Paraná, Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul. No Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul, sul do Mato Grosso e sul de Goiás, os termômetros devem registrar a redução nas máximas no final de semana.
Já no Sudeste, o sistema deve amenizar o calor extremo, principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e sul de Minas Gerais.
Apesar do alívio nas temperaturas, o refresco deve ser momentâneo. Os meteorologistas preveem que a trégua no calor deve durar no máximo três dias, e depois volta a esquentar em quase todo o país.
"Ainda não conseguimos cravar o dia certinho que volta a fazer calor, mas no Sul, em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, lá para quarta ou quinta da semana que vem as temperaturas devem subir novamente", afirma Luengo.
Alerta para baixa umidade
Apesar da aproximação da frente fria, praticamente todo o país ainda deve ter baixos índices de umidade nesta quinta.
A região central do Brasil é a que segue com a situação mais crítica. Todos os estados do Centro-Oeste, por exemplo, devem seguir com a umidade muito baixa.
Além do Centro-Oeste, oeste de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, oeste de Minas Gerais, oeste dos estados do Nordeste, sul do Pará, sul do Amazonas e Rondônia devem ter níveis de umidade entre 30% e 20%.
🥵Nessas condições, a recomendações para evitar problemas à saúde são:
- Bebar bastante líquido;
- Evitar desgaste físico nas horas mais secas;
- Evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
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Quando volta a chover em todo o país?
O bloqueio atmosférico que se instalou sobre a região central do país é considerado forte e ainda deve demorar para ser quebrado.
Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, disse que ainda não há expectativa para que a chuva volte a ficar regular no país a curto prazo.
"Nós só vamos começar a pensar nessas pancadas de chuva caindo quase todas as tardes a partir da segunda quinzena de outubro", prevê.
🌧️Até lá, as chuvas devem se concentrar em pontos isolados da costa leste do Nordeste, no sul do Nordeste, partes do litoral do Sudeste e extremo Norte.
Ela ainda lembra que somente uma chuva volumosa é capaz de dissipar a poluição e a fumaça que têm sido recorrentes no céu brasileiro.