Aconteceu em 21 de janeiro a segunda audiência pública do plano de Saneamento básico de Caieiras , conduzida por profissionais do consórcio contratado para a realização do estudo e elaboração de um plano que garanta o acesso, eficiência e qualidade a todos os serviços públicos.
Recebendo água do sistema Cantareira, em crise prevista há mais de dez anos, exige-se alternativas viáveis. O percurso do Rio Juqueri por Caieiras é longo e com vazão suficiente para abastecer todos os bairros, porém é poluído ao passar pela cidade e suas águas seguem e chegam contaminadas até a estação de tratamento da Sabesp junto ao Tietê , problema que talvez seja solucionado com as estações de tratamento de esgoto em construção. Hoje suas águas são vendidas para uso não potável.
Estudos mostram que é viável a região ser abastecida diretamente pelo reservatório Paiva Castro em Mairiporã, criando-se um ramal para trazer a água após o tratamento, ao invés de passear por São Paulo.
O total de bacias que cobrem Caieiras é doze , o foco principal está na do Ribeirão dos Cavalheiros que esta em meio a área a ser loteada e possui grande desdobramento e nascentes. Para preservação desse manancial, sugere-se a proteção da bacia e a elaboração de um parque que preserve a natureza, com lagos, paisagismo e recreação para a população, sendo parte pública e parte privada.
Exemplo é o Parque Colina de São Francisco, com aproximadamente 49.000 m² de área de preservação ambiental , criado em 2007 por doação de uma empresa privada do ramo de construção civil no Bairro do Butantã – SP, exigido pela prefeitura de São Paulo em troca da aprovação de empreendimentos de apartamentos, mostra que a administração pública consegue feitos que agregam a qualidade de vida ao munícipe.
Outra bacia de grande importância é a do Ribeirão do Monjolinho, que abastece a fábrica de papel Melhoramentos, formando o lago chamado de “Tancão”.
Pequenos estudos mostram que a cidade tem se expandido de forma desordenada e os “aterros” começam a causar problemas ao meio ambiente. Também os loteamentos residenciais ou industriais são responsáveis pela degradação, quando mal localizados impermeabilizam o solo, jogam esgotos sem tratamento no primeiro fio de água que encontram. A cidade tem vários exemplos: J. Esperança, Laranjeiras, Morro Grande, etc.
O plano prevê o crescimento populacional em trinta anos de 40% com revisão a cada quatro anos. A Cidade tem hoje enormes deficiências de infraestrutura, falta de água, redes de esgoto, acessos, entre outros. Para ficar nessa meta, investimentos pesados serão necessários. A história mostra que os administradores públicos nunca acompanharam o crescimento da população, em contra partida nunca se aprovou tantos loteamentos como agora, e o mais grave: salvaguardas do meio ambiente como EIV – EIA não são atendidas.
Quanto aos resíduos gerados pela Cidade, o contrato com a Cavo/ Essencis garante uma série de ações como coleta, tratamento, reciclagem e preservação do meio ambiente, tudo sem custo para o erário. O CTR instalado e funcionando recebe todo tipo de resíduo, inclusive tóxico como lama de mercúrio, vindo de outras Cidades, não cumprem grande parte o projeto EIA RIMA pois virou um aterro sanitário sem tratamento e principalmente reciclagem, recebe o lixo e cobre com manta plástica e terra. Já foi rotulado como o maior lixão do País, o passivo ambiental que o CTR está criando é a herança maldita para as futuras gerações, não só de Caieiras como de toda a região.
Na audiência foi apresentado custos para implantação da coleta seletiva e reciclagem, inviabilizando o serviço de catadores autônomos que hoje retiram de forma gratuita embalagens recicláveis em alguns bairros, ignorando-se o contrato e principalmente o direito adquirido da Cidade em não obter custos com lixo. Observar que no projeto da Cavo/Essencis todas essas siltuações estão previstas, como por exemplo a criação de cooperativa de reciclagem, etc. sem custo para a Cidade, nada foi cumprido. Especificamente na àrea de coleta e tratamento de resíduos, o mais importante instrumento sobre o assunto, o projeto EIA RIMA da CAVO/ESSENCIS parece ser de completo desconhecimento dos organizadores do evento.