Os projetos de um coronel
O início da história de Caieiras está estritamente ligado a uma personalidade de destaque do comércio, da agricultura e das instituições financeiras de São Paulo. Trata-se de Antônio Proost Rodovalho, que chegou ao posto de coronel, uma designação típica do século 19, graças ao apoio dado ao Exército brasileiro ainda durante a Guerra do Paraguai (1864-1870).
Tudo começou quando Rodovalho comprou uma fazenda ao longo do Rio Juqueri-Guaçu, numa região próxima às terras hoje ocupadas pelo Município de Caieiras. Era a oitava década do século passado. Ele plantava uva e chegou até a praticar pecuária na fazenda.
Numa de suas visitas às suas terras, onde costumava caçar e pescar descobriu por meio da observação de pessoas que circulavam no local a existência de minerais ricos em carbonato de cálcio, excelentes para a produção de cal. Esse produto tinha grande valor num país que prenunciava um processo intenso de industrialização na virada do século, exigindo matéria-prima para a construção civil. O local que armazenava os minérios ficou sendo dominado Bom Sucesso, nome que, aliás, seria mantido na oficialização do bairro que ali se formaria.
Já em 1877, o empreendedor Rodovalho mandou construir dois fornos de barranco para o início da produção da cal, mantidos graças ao corte de madeira abundantemente encontrada na região. Os fornos serviram de sugestão para o nome da localidade: Caieiras. Existia já uma trilha pela qual passavam boiadas. Esta foi transformada em estrada para que a cal obtida nos fornos pudesse ser levada à Estação Ferroviária de Perus, em lombo de mula. Produtos derivados da cal, como manilhas, ladrilhos, guias e sarjetas, também eram encaminhados à estação ferroviária da The São Paulo Railway Company Limited, chamada pelo povo de “Inglesa”.
O coronel entrou em acordo com amigos e financistas da Capital e fundou em conjunto, a 25 de julho de 1877, a Companhia Cantareira de Esgotos, que visava extrair os recursos disponíveis em Caieiras para a realização de serviços de higiene em São Paulo. Facilitava-se assim a chegada de água para beber e se banhar